53 anos de imortalidade de Amaro Luiz de Carvalho são lembrados no Recife

53 anos do assassinato de Amaro Luiz de Carvalho são lembrados em ato político no Recife. Homenagem a Capivara foi realizada na antiga Casa de Detenção, onde ele foi preso e torturado pela Ditadura Militar Fascista.

Redação


HERÓIS DO POVO – Os 53 anos da imortalidade de Amaro Luiz de Carvalho foram lembrados nesta quinta num ato político na Casa da Cultura, no Recife. A Casa da Cultura era a a antiga Casa de Detenção do Recife, utilizada como centro de prisões, torturas e assassinatos pelos agentes da Ditadura Militar Fascista (1964-1985). Foi neste local em que Amaro Luiz ficou preso por lutar contra o regime autoritários e defender o socialismo.

Capivara: herói do PCR e do povo brasileiro

Amaro Luiz de Carvalho (1931-1971), foi um dos fundadores e principais dirigentes revolucionários do Partido Comunista Revolucionário. Durante os anos 50 e 60, Capivara, como era conhecido, foi um destacado dirigente das Ligas Camponesas na Zona Canavieira.

Até 1961, Amaro militou no antigo PCB, mas após a viagem a Cuba, onde conheceu as transformações desencadeadas pela Revolução Cubana (1959), ficou descontente com os rumos daquele partido, que aderia cada vez mais a uma linha revisionista de conciliação de classes, e passou a militar no PCdoB. Neste partido, Amaro continuou seu trabalho nas Ligas Camponeses até que, com o advento do Golpe Militar de 1964, foi também ficando descontente com os rumos desta nova organização.

Foi em 1966, que junto com Manoel Lisboa e outros revolucionários, que ele decidiu fundar o Partido Comunista Revolucionário, organização que ele construiu e defendeu até suas horas finais. Além da sua atuação na Zona Canavieira, Capivara também contribuiu nas relações do PCR com outras organizações revolucionárias no mundo.

Mas sua atuação junto aos trabalhadores da Zona Canavieira só aumentava o medo dos agentes da repressão em Pernambuco. Em 22 de novembro de 1969, Amaro Luiz foi preso e torturado. Da Casa de Detenção do Recife foi transferido para São Paulo, mas em nenhum momento entregou seus camaradas e se manteve firme.

Condenado a dois anos de prisão, faltando dois meses para ganhar a liberdade, foi covardemente assassinado na Casa de Detenção do Recife a pauladas, em 22 de agosto de 1971. Sua morte foi tramada pela cúpula dos usineiros mais sanguinários de Pernambuco, chefiados por José Lopes de Siqueira (o mesmo que tentou matar Gregório Bezerra) e Júlio Maranhão, na presença do torturador Sérgio Paranhos Fleury, tudo sob a cumplicidade do coronel da PM Olinto Ferraz, então diretor da Casa.

Arte convocando para o ato político ocorrido hoje no Recife. Arte: Reprodução

Homenagem 53 anos depois

No local de sua prisão e morte, hoje existe uma Casa de Cultura onde ocorreu o ato em homenagem a sua luta e resistência. O ato conta com o apoio de diversas organizações políticas, estudantis e sindicais, entre elas o Centro Cultural Manoel Lisboa e o Jornal A Verdade.

No ato foi instalada uma placa em memória a Capivara no local onde ficava localizada sua cela. Na homenagem ficou registrada o título “Lugar de Memória”.

A criação de espaços de memória para aqueles que lutaram e deram suas vidas para enfrentar a Ditadura Militar Fascista é uma das principais demandas de movimentos sociais, partidos políticos de esquerda e amigos e familiares das vítimas daquele regime. Estes lugares contribuem para que nunca se esqueça daqueles que lutaram e dos crimes cometidos pelo Estado brasileiro e seus agentes contra heróis da luta do povo pela sua libertação.

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