Que tal dar um basta ao cigarro?

Para reforçar as ações nacionais de sensibilização e mobilização da população para os danos sociais, políticos, econômicos e ambientais causados pelo tabaco, o Dia Nacional de Combate ao Fumo é comemorado hoje (29), e o Brasil ocupa lugar de destaque no combate ao tabagismo nas Américas.De acordo com dados da plataforma Progress Hub, que monitora a implementação das propostas da Convenção-Quadro da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o Controle do Tabaco, o país ocupa o 1º lugar na região das Américas em propostas como redução da interferência da indústria, regulamentação de conteúdo dos produtos de tabaco e coordenação de vigilância e da investigação dos produtos ligados ao tabagismo.Conteúdos relacionados:Alepa aprova PL que proíbe uso de cigarro eletrônico no ParáDecreto aumenta imposto sobre cigarro e eleva preço do maçoRISCOSOutra forma de combate ao fumo é a disseminação de informações acerca dos malefícios que podem ser desencadeados com o tabagismo. O médico pneumologista, José Antônio Cordero, destaca que das principais patologias que podem ser desenvolvidas pelo fumo, doenças cardiorrespiratórias e cerebrovasculares, tal como a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), uma condição que engloba doenças como a bronquite crônica e o enfisema pulmonar, são uma delas.No caso da DPOC, ele explica que o fumo prejudica as vias respiratórias e os alvéolos, levando a uma obstrução crônica do fluxo de ar, dificuldade para respirar e tosse persistente. O médico pneumologista também ressalta que 90% dos casos de câncer de pulmão estão associados ao tabagismo, além disso, outras formas de câncer como os de esôfago, estômago, próstata e traqueia podem ser desenvolvidos.“Quando o paciente traga, as substâncias químicas contidas no cigarro são altamente carcinogênicas, então essas doenças são as mais frequentes. Com base em dados recentes, outras doenças estão sendo associadas ao cigarro, como a tuberculose pulmonar, pois houve um aumento de casos em pacientes fumantes. O tabagismo é uma doença que mais causa morbidade e mortalidade”, afirma.Quer saber mais notícias de Saúde? Acesse nosso canal no WhatsappPASSIVOS EM RISCOAinda segundo José Antônio Cordero, quem convive com fumantes, mais conhecidos como fumantes passivos, também têm chances de desenvolver doenças. Ele cita que estudos realizados na Europa, no Brasil e nos Estados Unidos, o tabagismo passivo pode causar as mesmas patologias caso a pessoa conviva com fumantes em ambientes como escritórios e residências.“A cada cigarro fumado por um fumante, a pessoa que está ao seu lado inala o equivalente a três cigarros, aponta estudos. Inclusive, falta de ar, tosse permanente são indícios do tabagismo passivo”, alerta.O profissional diz que, a pessoa que decide cessar com o tabagismo, percebe os benefícios no corpo assim que abandona o vício. Dentre os benefícios estão a melhora no olfato, no paladar e no apetite e, este último, é diretamente afetado pelo fumo.No entanto, essa experiência depende de fatores como quantidade de cigarros que costumam ser fumados e a associação do ambiente em que cada indivíduo está inserido. “Como por exemplo, uma pessoa que trabalha em carvoaria e fuma, um motorista de ônibus que, além da exposição dos gases poluentes, também fuma. Então depende muito de cada caso”, ressalta.José Antonio Cordero avalia que há uma grande preocupação da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) e outras entidades médicas com o Projeto Lei 5.008/2023, que pretende permitir, com regras, a venda de cigarros eletrônicos no Brasil.“É uma grande piora no controle do tabagismo, que pode causar grandes sequelas, aumentar doenças e mortalidade. É preocupante e danoso para toda a sociedade”, diz.Ophir Loyola tem 454 pacientes com câncer de pulmãoConsequênciasReferência em Oncologia na região Norte, o Hospital Ophir Loyola (HOL) alerta para doenças causadas pelo fumo. O hábito aumenta o risco de desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (cerebrovasculares, cardiovasculares, obesidade, diabetes e hipertensão, entre outras) e está associado ao desenvolvimento de cerca de 20% das neoplasias, inclusive câncer de boca, laringe, esôfago, estômago, pâncreas, rim e bexiga e pulmão, um dos mais incidentes na população.O HOL tem aproximadamente 452 pacientes com câncer de pulmão, sendo 249 casos em homens e 203 casos em mulheres. A oncologista Juliana Chaves destaca que “o pulmão é o órgão mais afetado, cerca de 85% a 90% dos casos de câncer nessa estrutura são ocasionados pelo tabagismo”.Segundo a especialista, fumar também contribui para o desenvolvimento de outras enfermidades, como tuberculose, infecções respiratórias, úlcera gastrintestinal, impotência sexual, infertilidade em mulheres e homens, osteoporose, catarata, entre outras.ORIGEMO tabagismo ativo é originado pela dependência à uma droga psicoativa: a nicotina, que está presente nos produtos à base de tabaco. Os componentes tóxicos e cancerígenos presentes na fumaça ambiental do tabaco também fazem mal aos fumantes passivos. São cerca de 4 mil compostos, dos quais mais de 200 são tóxicos e cerca de 40 são cancerígenos, o que leva à morte de mais 1,2 milhão de pessoas não fumantes expostas ao fumo passivo no mundo todo, segundo dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
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