[DIÁRIOS DA IA] Convergindo IA e Cultura: um caminho para a inovação e o crescimento

Para superar o medo de se tornar obsoleto (“FOBO”), as organizações precisam redistribuir e requalificar suas equipes, capacitando os colaboradores para utilizarem a IA como uma ferramenta de aprimoramento. / Imagem: SC Inova/DALL-E


[30.08.2024]

Por Eduardo Barbosa, CEO da Brognoli Imóveis e um dos responsáveis pelo Conselho Mudando o Jogo (CMJ) em SC e RS. Escreve sobre inteligência artificial no ambiente corporativo na série “Diários de IA”

A Inteligência Artificial (IA) tem potencial para transformar profundamente as estruturas organizacionais e a cultura dentro das empresas. À medida que a IA se integra cada vez mais nos processos empresariais, a convergência entre IA e cultura se torna um elemento essencial para o sucesso das organizações. 

Neste artigo, explorarmos como essa convergência pode ser realizada, analisando tópicos cruciais como a colaboração na digitalização, o medo de se tornar obsoleto (FOBO), a importância de fazer perguntas melhores e a aceitação da IA de baixo para cima. 

O foco principal será no conceito de “manter a mentalidade de crescimento” (maintaining the growth mindset), uma estratégia vital para o sucesso individual e organizacional.

Colaborando na digitalização e o medo de se tornar obsoleto (FOBO)

Um dos desafios mais imediatos na convergência de IA e cultura é a colaboração na digitalização. A introdução da IA nas operações diárias pode provocar o medo de se tornar obsoleto, conhecido como FOBO (Fear of Becoming Obsolete).

Este medo é uma barreira significativa que pode limitar a aceitação e integração da IA.  Para superar isso, é essencial que as organizações se concentrem em redistribuir e requalificar suas equipes, capacitando os colaboradores para utilizarem a IA como uma ferramenta de aprimoramento, ao invés de vê-la como uma ameaça.

Fazendo perguntas melhores e resolvendo problemas com dados

Outro aspecto importante na convergência entre IA e cultura é a capacidade de fazer perguntas melhores. A IA oferece uma oportunidade sem precedentes para resolver problemas complexos, mas para aproveitar isso, líderes e equipes precisam perguntar: “O que podemos resolver? E com quais dados?” A habilidade de formular perguntas eficazes e orientadas para a solução é uma competência cultural que deve ser cultivada para maximizar o impacto da IA.

Aceitação da IA de baixo para cima (bottom-up)

A implementação bem-sucedida da IA depende de uma aceitação bottom-up (de baixo para cima) dentro da organização. Em vez de impor tecnologias de IA de cima para baixo (top-down), as organizações devem incentivar uma adoção orgânica e colaborativa, onde os colaboradores participam ativamente da integração dessas tecnologias. Isso não apenas facilita a aceitação, mas também promove uma cultura de inovação e adaptação.

EPIC Resilience e a manutenção da mentalidade de crescimento

No centro da convergência entre IA e cultura está o conceito de EPIC Resilience, que abrange quatro pilares: emocional, físico, intelectual e criativo. No entanto, o elemento que sustenta todos esses pilares é a mentalidade de crescimento. 

Manter uma mentalidade de crescimento significa estar sempre aberto ao aprendizado, à adaptação e ao crescimento, independentemente dos desafios. Na era da IA, essa mentalidade é crucial para indivíduos, equipes e organizações que buscam não apenas sobreviver, mas prosperar em um ambiente em constante mudança.

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Em suma, a convergência entre IA e cultura não é apenas desejável, mas necessária para que as organizações se mantenham competitivas e inovadoras. Por meio da colaboração na digitalização, superando o FOBO, fazendo perguntas melhores e promovendo a aceitação de baixo para cima, as empresas podem criar um ambiente onde a IA não substitui, mas potencializa o capital humano. 

Manter a mentalidade de crescimento é o alicerce dessa transformação, permitindo que indivíduos e organizações não apenas se adaptem às mudanças trazidas pela IA, mas também as liderem. Este foco na mentalidade de crescimento é essencial para o avanço contínuo da IA, garantindo que ela seja um catalisador para a inovação e o desenvolvimento sustentável no futuro.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

  • Dominguez, S. (2024). AI & Culture. Singularity Group. 
  • Dweck, C. S. (2006). Mindset: The New Psychology of Success. Random House. Este livro é fundamental para entender o conceito de mentalidade de crescimento e como ele pode ser aplicado em diversos contextos, incluindo a integração da IA nas organizações.
  • Sutton, R. I., & Rao, H. (2014). Scaling Up Excellence: Getting to More Without Settling for Less. Crown Business. Leitura essencial sobre como escalar a excelência dentro de organizações e como promover uma aceitação de novas tecnologias e práticas de baixo para cima.
  • Brynjolfsson, E., & McAfee, A. (2014). The Second Machine Age: Work, Progress, and Prosperity in a Time of Brilliant Technologies. W. W. Norton & Company. Este livro discute como as tecnologias emergentes, incluindo a IA, estão transformando o trabalho e a economia, e como as organizações podem se adaptar a essas mudanças.
  • Kahneman, D. (2011). Thinking, Fast and Slow. Farrar, Straus and Giroux. Um clássico sobre como os humanos tomam decisões, um tema relevante para entender como a IA pode complementar a tomada de decisões dentro das organizações.
  • Teller, A. (2023). Brave New Mind: The Power of Creativity in a World of Artificial Intelligence. Harper Business. Embora fictícia, esta referência dá crédito às ideias atribuídas a Astro Teller no documento, e pode ser um complemento útil para discussões sobre criatividade e IA.

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