McLaren retorna às 24 Horas de Le Mans após 26 anos

Após 26 anos de sua última participação, a McLaren Automotive está pronta para retornar à icônica corrida de 24 Horas de Le Mans. Três carros McLaren GT3 EVO competirão na prova, marcando a primeira vez que a marca disputa as três corridas da “Tríplice Coroa do Automobilismo” na mesma temporada: Le Mans, Grande Prêmio de Mônaco e 500 Milhas de Indianápolis.

A McLaren garantiu seu lugar nos livros de história com uma impressionante vitória na estreia nas 24 Horas de Le Mans em 1995, utilizando o superesportivo F1. Sua versão para as pistas, F1 GTR, regressou nas três temporadas seguintes, conquistando mais uma vitória na classe GT1 – e o segundo lugar na classificação geral – em 1997, então na configuração Longtail. Esses sucessos foram ainda mais notáveis considerando que o F1 nunca foi concebido para ser um carro de corrida e não necessitava de grandes modificações para ser competitivo.

Embora elementos do McLaren GT3 EVO tenham sido modificados em relação ao 750S – um modelo para uso cotidiano – para atender aos requisitos da categoria LMGT3, seu design inspirado em corridas garantiu que muitas semelhanças importantes permanecessem, assim como ocorreu com seu antecessor F1 GTR em relação ao F1 original.

A principal delas é o chassi, construído usando uma evolução das tecnologias introduzidas pela McLaren primeiro na Fórmula 1 e transferidas para seus carros de estrada, começando justamente pelo F1, há 30 anos.

O monocoque principal, que forma a célula dos ocupantes, é o mesmo Monocage II que está no coração do 750S e no qual estão fixadas as estruturas de impacto dianteira e traseira, idênticas às do carro de rua. Esse chassis em fibra de carbono faz parte do DNA da McLaren e foi escolhido pela sua construção rígida, forte e leve. Suas vantagens não estão apenas na redução de peso e no desempenho dinâmico superior, essenciais para as corridas, mas também no ambiente incrivelmente seguro para o condutor, especialmente importante nas disputas roda a roda em alta velocidade frequentemente vistas em Le Mans.

Mas o chassi é apenas parte do ambiente focado no condutor que motoristas e pilotos da marca compartilham. Ambos se beneficiam da mesma direção precisa e inspiradora pela qual todos os produtos da McLaren Automotive são reconhecidos. O GT3 EVO usa a mesma cremalheira e coluna de direção do 750S, projetada para traduzir diretamente as informações da pista e garantir ao motorista um posicionamento perfeito no traçado.

A excelência dinâmica do McLaren GT3 EVO é amparada pelo mesmo 4.0 V8 biturboque impulsiona o 750S, um motor originalmente projetado para desempenho em pista e também em estrada. Usando tecnologias nascidas no automobilismo, como comando de válvulas variável, lubrificação por cárter seco e materiais leves, porém resistentes, o M840T é, no entanto, mais potente no 750S, já que as regras da categoria GT determinam que o motor deve funcionar com potência restrita.

Ainda assim, os condutores vão se beneficiar da sua entrega de potência fenomenal e da resistência inerente exigida de um motor concebido e testado para funcionar com elevado desempenho durante milhares de quilômetros entre intervalos de manutenção.

Embora existam muitas adições relacionadas às corridas no McLaren GT3 EVO, incluindo freios específicos, pneus slick e adições aerodinâmicas que são proibidas para uso cotidiano, os proprietários do 750S também se beneficiam de muitos recursos que não são permitidos no regulamento que rege as inscrições em Le Mans, umas das etapas do World Endurance Championship, o campeonato de corridas de longa duração da FIA.

Isso inclui o spoiler traseiro ativo, os modos ajustáveis para o trem de força e o sofisticado sistema Proactive Chassis Control III, composto por combinações que podem ser definidas por um toque no McLaren Control Launcher. E, claro, a carroceria Spider, com capota rígida retrátil que pode ser elevada ou recolhida em apenas 11 segundos.

Dois dos três McLaren GT3 EVO que correrão em Le Mans são inscritos pelo parceiro de competição no WEC, United Autosports. O carro 59 – ostentando o mesmo número do F1 GTR vencedor da corrida de 1995 – será pilotado pelo britânico James Cottingham, pelo brasileiro Nicolas Costa e pelo suíço Grégoire Saucy. A tripulação do carro irmão 95 será composta pelos pilotos japoneses Hiroshi Hamaguchi e Marino Sato, além do chileno Nicolas Pino. O regresso da McLaren a Le Mans segue-se a um desempenho impressionante do carro 59 em Spa-Francorchamps, onde a equipe disputou a vitória e liderou muitas voltas da prova de seis horas.

O terceiro McLaren GT3 EVO será preparado pela Inception Racing, que recebeu uma entrada em Le Mans após o sucesso do piloto norte-americano Brendan Iribe na classe GTD do WeatherTech SportsCar Championship no ano passado. Para Iribe, este será o mais recente de muitos marcos em sua carreira automobilística, que começou em 2019 com uma série de performances impressionantes na Pure McLaren GT Series, precursora do campeonato McLaren Trophy.

A partir daí, ele correu em várias categorias de Gran Turismo ao redor do mundo, conquistando várias vitórias em campeonatos ao longo do caminho. Embora ele já tenha corrido em Le Mans anteriormente, esta será sua primeira participação nas 24 Horas com a McLaren – concretizando uma ambição pessoal – e será acompanhado pelo britânico Ollie Millroy e pelo dinamarquês Frederik Schandorff.

“Estamos entusiasmados por regressar a Le Mans; as 24 Horas são uma parte importante da história da McLaren e a oportunidade de competir novamente foi um grande incentivo para disputar o WEC. É a demonstração definitiva do desempenho e resistência dos nossos carros. Desejo a todas as nossas equipes boa sorte e espero uma corrida emocionante”, declara Michael Leiters, CEO da McLaren Automotive.

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