Celina Leão, Izalci Lucas e os binóculos para 2026

A sucessão para o governo do Distrito Federal já tem ganhado contornos de uma disputa frenética pelo poder – o que não é nenhuma novidade. Em Goiás, ao menos na base governista, sabe-se que o vice-governador – e presidente do MDB – Daniel Vilela é o nome natural de Ronaldo Caiado, atual titular do cargo e morador da Casa Verde.

No GDF, no entanto, o governador Ibaneis Rocha (MDB) já tem um alvo certo na disputa em 2026: uma das duas vagas ao Senado Federal. Ao contrário de Caiado, que vai tentar, pelo menos é o que se tem construído no entorno do mandatário, é o Palácio do Planalto – com embate direto contra o petista Lula da Silva. 

Algo em comum com Goiás, no entanto, é que o governador do Distrito Federal – que teve a imagem intrinsecamente relacionada, até com afastamento, com os atos de vandalismo no 8 de janeiro do ano passado – também vai dar subsídio político para a vice, no caso a Celina Leão, por enquanto no Progressistas do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. Por ora não teria outro nome ao Palácio do Buriti. 

Não tem muito tempo, durante uma agenda no DF, o governador reconheceu: “Eu pretendo me candidatar ao Senado em 2026. Celina assume para concluir o governo e, talvez, se for da vontade dela, deve ser candidata à reeleição”.

O problema é que GDF tornou-se um alvo forte dos que estão no front do bolsonarismo. Uma das principais aliadas de Jair Bolsonaro, a ex-ministra Damares (das Mulheres e Direitos Humanos) foi eleita senadora em 2022, pleito que o próprio ex-presidente saiu derrota na disputa contra seu principal rival, Luiz Inácio Lula da Silva. 

Pensando nisso, o objetivo do governador torna-se muito mais complicado: ele poderá ter de disputar com, nada mais do que, a própria esposa de Bolsonaro, a Michelle Bolsonaro. Ex-primeira-dama, ela tem demonstrado força no PL de Valdemar da Costa Neto por ter tornando-se uma importante liderança no PL Mulher, com forte interlocução com os evangélicos. 

Ibaneis, como afirmam colunas de política de Brasília, até gostaria de ter o apoio do staff político de Damares Alves. Ela tem sido, para a agenda da direita, uma parlamentar razoável. Não tem a expressividade midiática que alcançou nos tempos áureos de ministra – talvez a mais fortalecida desde o início do mandato de Bolsonaro, em 2018, sem muitos atritos e frituras. É considerada um sucesso pelo bolsonarismo. Sem dúvidas, Bolsonaro a enxerga como uma das cerejas de sua passagem pelo Alvorada. E garantia de manutenção de seu legado político no Senado Federal. 

Nos planos de Celina Leão rumo ao governo do Distrito Federal, no entanto, surge um nome conhecido: o senador Izalci Lucas, atualmente no Partido Liberal. Ele deixou o enfraquecido PSDB presidido pelo ex-governador goiano Marconi Perillo. 

Nos bastidores, ciscando ali e aqui, Izalci Lucas tem tentado chamar a atenção do ex-presidente Bolsonaro. O problema é que na crônica política pode correr muita água, com indefinição e definições para 2026. E tem muito jogo político porque vai ser um ano fundamental para a união de poderes em prol da Presidência da República.

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