O que sabe sobre a execução de empresário no Aeroporto Guarulhos

Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, empresário e delator do Ministério Público de São Paulo, foi assassinado no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na tarde desta sexta-feira (8). A vítima vinha colaborando com as autoridades, entregando detalhes sobre esquemas de lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC) e denunciando corrupção policial.

A ação foi registrada por câmeras de segurança no Terminal 2, na área de desembarque. O caso está sendo investigado pela polícia como uma execução — uma possível queima de arquivo. Pouco após o ocorrido, o Corpo de Bombeiros foi acionado, mas Gritzbach não resistiu aos ferimentos.

Os tiros de fuzil partiram de um Gol preto que parou em frente a um ônibus da Guarda Civil Metropolitana (GCM). Horas depois, o veículo foi localizado em uma comunidade próxima em Guarulhos, onde a polícia encontrou munições de fuzil e um colete à prova de balas dentro do carro. Além disso, foi registrado um outro tiroteio nas imediações do Hotel Pullman, nas proximidades do aeroporto, o que contribui para as investigações em curso.

Delator do PCC é executado em Guarulhos após expor corrupção policial

Na última sexta-feira (8), em Guarulhos, Antônio Vinicius Gritzbach, delator do Primeiro Comando da Capital (PCC), foi executado após entregar ao Ministério Público de São Paulo, ao longo dos últimos meses, informações detalhadas sobre esquemas criminosos da facção e casos de corrupção policial.

Após firmar um acordo de delação premiada, Vinicius passou a ser alvo de ameaças de morte. Em alguns trechos do depoimento obtidos pelo programa Fantástico, ele descreveu como participava das atividades do PCC e revelou a atuação de policiais civis que colaboravam com a organização criminosa.

Antônio Vinicius, inicialmente bem-sucedido no mercado imobiliário, começou a se envolver com o crime através de suas relações como corretor, fazendo negócios com pessoas ligadas ao PCC. Um de seus contatos era Anselmo Becheli Santa Fausta, o “Cara Preta”, que foi assassinado em dezembro de 2021. Uma denúncia anônima apontou Vinicius como o mandante do crime, levando à sua prisão no início de 2022.

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MP de São Paulo investiga PMs envolvidos na escolta de empresário executado em Guarulhos

O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, anunciou nesta segunda-feira (11.nov.2024) que quatro policiais militares responsáveis pela segurança do empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, delator do PCC (Primeiro Comando da Capital) assassinado na sexta-feira (8.nov) no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, estão sob investigação.

Em declaração à imprensa, Derrite afirmou que, embora não haja provas concretas da participação dos agentes na execução, o envolvimento dos policiais militares e de outros agentes no crime não está descartado. Os celulares dos PMs foram apreendidos, e eles terão de justificar suas ações, já que o trabalho extraoficial é proibido — ainda mais em benefício de alguém com vínculos criminosos. “Não se trata apenas de uma infração disciplinar, mas de uma possível conduta criminosa”, explicou o secretário.

Empresário executado em aeroporto de SP transportava joias e dinheiro em sua bagagem

Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, empresário executado na sexta-feira, 8, no terminal 2 do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, transportava uma bagagem avaliada em mais de R$ 1 milhão. Entre os itens encontrados estavam joias e dinheiro em espécie. A lista de artigos de luxo foi detalhada em um boletim de ocorrência revelado pelo site G1 neste domingo, 10.

De acordo com o documento, Gritzbach carregava na mala 11 anéis prateados com pedras rosadas e esverdeadas, seis pulseiras douradas, dois colares e nove pares de brincos com pedras de diferentes cores, todas as joias acompanhadas de certificados de autenticidade de joalherias renomadas, como Vivara e Cartier.

Além disso, na bagagem havia R$ 620 em espécie, um relógio Rolex e dispositivos eletrônicos da marca Apple. O valor total dos itens listados no boletim supera R$ 1 milhão.

Empresário morto em Guarulhos alegava não saber que estava trabalhando para o PCC

O empresário Vinicius Gritzbach, executado nesta sexta-feira no Aeroporto Internacional de Guarulhos, recusou a oferta de integração ao Programa de Proteção de Vítimas e Testemunhas Ameaçadas (PROVITA). Em um trecho de sua delação premiada, exibido no Fantástico neste domingo, Gritzbach reconheceu a necessidade de amparo do Ministério Público, mas afirmou que a proposta de proteção “não se enquadrava em seu estilo de vida”.

Segundo o Ministério Público, a oferta de proteção foi feita após o empresário firmar um acordo de cooperação para revelar detalhes sobre o esquema de lavagem de dinheiro do PCC, no qual ele estava envolvido. No entanto, em entrevista ao Fantástico, o promotor de Justiça Lincoln Gakya explicou que Gritzbach recusou as ofertas de proteção, pois desejava “uma espécie de escolta policial”, algo que não pode ser autorizado pela Justiça.

Durante seu depoimento, Gritzbach admitiu que estava sendo constantemente ameaçado e pediu reforço na segurança pessoal. “Cada vez mais, eu preciso de segurança. Então, eu precisava de um amparo de vocês também. Se não, vocês estão falando com um morto-vivo aqui”, afirmou ele.

Empresário prometia revelar hierarquia de esquema com o PCC

Considerado uma “peça importante” nas investigações sobre o PCC, conforme fontes da promotoria informaram ao GLOBO, Gritzbach se comprometeu, em seu acordo de delação premiada assinado em abril deste ano, a revelar a “estrutura hierárquica, divisão de tarefas e modus operandi” do esquema de lavagem de dinheiro da facção.
Em troca da possibilidade de cooperação, o empresário se comprometeu a auxiliar os investigadores na identificação e localização dos membros da organização criminosa, além de fornecer informações sobre atos de corrupção envolvendo delegados de polícia e policiais.

Delator do PCC executado no aeroporto de SP levou 10 tiros; polícia encontra fuzil e pistola

O empresário e delator do PCC, Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, executado no aeroporto de Guarulhos (SP) na sexta-feira (8), foi atingido por 10 tiros, conforme registro da Polícia Civil de São Paulo.

Gritzbach, de 38 anos, foi alvejado por volta das 16h, na saída da área de desembarque do Terminal 2, por dois homens que desceram de um carro preto. Até a publicação desta reportagem, os autores do crime ainda estavam foragidos.

O boletim de ocorrência aponta que foram disparados pelo menos 29 tiros, de calibres variados. Gritzbach foi atingido por 4 tiros no braço direito, 2 no rosto, 1 nas costas, 1 na perna esquerda, 1 no tórax e 1 no flanco direito (região entre a cintura e a costela).

PCC oferecia R$ 3 milhões pela “cabeça” do empresário executado no aeroporto

A facção Primeiro Comando da Capital (PCC) oferecia R$ 3 milhões pela morte do empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, alvo de um atentado na tarde de sexta-feira (8) no aeroporto de Guarulhos, conforme fontes.

Segundo apuração da CNN, Gritzbach passou a ser ameaçado após a morte de dois membros influentes da organização criminosa: Anselmo Becheli Santa Fausta, o “Cara Preta”, e Antônio Corona Neto, o “Sem Sangue”, em dezembro de 2021. Além disso, o empresário também se tornou alvo de policiais que tentavam extorqui-lo devido às ameaças da facção. Para sua segurança, Gritzbach passou a andar sempre com escolta armada, sendo protegido até por policiais militares.

O advogado Ivelson Salotto, que atuou na defesa de Gritzbach por anos, afirmou que o acordo de delação premiada fechado com o Ministério Público de São Paulo (MPSP) intensificou as ameaças. “Sabia que isso ia acontecer, foi a sentença de morte dele”, declarou Salotto, que decidiu deixar o caso por ser contra o acordo, o qual foi firmado por outro escritório de advocacia.

MP solicita anulação da delação do empresário morto no aeroporto de Guarulhos

O Ministério Público de São Paulo solicitou a rescisão da delação do empresário Vinícius Gritzbach, morto no aeroporto de Guarulhos na sexta-feira (8). O pedido, feito nesta segunda-feira (11), foi fundamentado pelo falecimento do colaborador, conforme confirmaram fontes ligadas ao Gaeco ao UOL.

Apesar disso, as provas obtidas na delação de Gritzbach continuam válidas, e o MP pediu autorização para enviá-las às autoridades que investigam o homicídio. Esses materiais devem auxiliar na busca pelos suspeitos do crime.

Vinícius Gritzbach firmou um acordo de delação premiada, homologado em abril deste ano, após ser preso sob suspeita de ordenar a morte de membros do PCC. Ele havia solicitado escolta policial, mas recusou a proteção de testemunhas, alegando que o programa “não se enquadrava” em seu estilo de vida.

O empresário delatou policiais civis apenas oito dias antes do ataque. Em 31 de outubro, ele mencionou uma suposta extorsão praticada por agentes da corporação, e o caso foi encaminhado à Corregedoria da Polícia Civil. Gritzbach também entregou informações sobre esquemas criminosos do PCC, apontando o sócio de um time de futebol como suspeito de envolvimento em um sequestro e sugerindo que agenciadores de jogadores de futebol estavam ligados ao crime organizado.
Governo de SP forma força-tarefa para apurar morte de empresário no aeroporto de Guarulhos

A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo formou, na segunda-feira (11), uma força-tarefa para investigar o assassinato do empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, ocorrido no aeroporto de Guarulhos. O objetivo, segundo a pasta, é integrar os esforços da investigação, que está sendo conduzida pelo Departamento de Homicídios.

“Criamos essa força-tarefa para dar uma resposta rápida. Nosso objetivo é claro: identificar, qualificar e prender os responsáveis por esse assassinato”, afirmou o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite.

Desde a sexta-feira (8), policiais da 2ª Delegacia da Divisão de Homicídios estão trabalhando para esclarecer os detalhes do crime. Até o momento, foram apreendidos dois fuzis calibre 7.62, um fuzil calibre 5.56, uma pistola 9 milímetros, uma placa de carro e munições. Também foi realizada uma perícia no veículo abandonado pelos criminosos após a execução.

Investigações iniciais

As investigações iniciais indicam que o assassinato do empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach pode ter sido ordenado pelo PCC (Primeiro Comando da Capital). Em dezembro de 2021, Gritzbach foi responsável pela morte de Anselmo Santa Fausta, conhecido como “Cara Preta”, e do motorista Antônio Corona Neto, o “Sem Sangue”, em uma emboscada no Tatuapé, zona leste de São Paulo.

O crime teria ocorrido após um traficante do PCC entregar R$ 40 milhões ao empresário para investimentos em criptomoedas. Quando o investimento falhou e Anselmo perdeu o dinheiro, o líder do PCC passou a fazer ameaças a Gritzbach. Em resposta, o empresário teria encomendado a morte do traficante por meio de um pistoleiro.

Cerca de 20 dias após os assassinatos de Cara Preta e Sem Sangue, o responsável pelas mortes foi executado pelo PCC. A facção deixou um bilhete ao lado do corpo, que foi esquartejado, com a cabeça jogada no local onde os traficantes haviam sido mortos.

Após o crime, Gritzbach foi preso várias vezes, até ser libertado em 7 de junho de 2023, quando obteve liberdade condicional. Em junho deste ano, o empresário firmou um acordo de delação premiada com a Justiça, em troca de redução de pena, e revelou esquemas de lavagem de dinheiro ligados à facção criminosa.

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