Haddad apresenta pacote de cortes fiscais em meio a pressões no Congresso

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reúne nesta terça-feira (12/11) com os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para apresentar o aguardado pacote de cortes fiscais do governo.

O pacote visa melhorar o cenário fiscal do país, resultado de semanas de discussões entre Haddad e ministérios afetados pelas medidas. Parte das ações previstas no pacote deverá ser debatida no Congresso Nacional, com expectativa de aprovação até o final do ano.

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O lançamento do pacote de cortes, originalmente previsto para duas semanas atrás, sofreu adiamentos e foi criticado por membros do PT e do governo. No entanto, Haddad assegurou que a proposta não foi reduzida, mas apenas adaptada, com detalhes finais sendo concluídos antes da apresentação.

Recentemente, o presidente Lula pediu a inclusão de mais um ministério nas revisões, o que deverá ser negociado até a quarta-feira (13).

Cortes fiscais e o mercado

O mercado financeiro, inquieto com a demora, reagiu negativamente, intensificando suas incertezas com o cenário externo. A expectativa de políticas protecionistas pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, também tem gerado impactos. Na última semana, o Boletim Focus registrou a sexta alta consecutiva na estimativa para a inflação (IPCA), que subiu de 4,59% para 4,62%, ultrapassando o teto da meta de 4,5%.

A instabilidade também refletiu na cotação do dólar, que fechou a segunda-feira (11) em alta de 0,59%, alcançando R$ 5,76. Em resposta ao quadro fiscal, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic para 11,25% e reforçou a necessidade de uma política fiscal responsável. O comitê destacou que uma política fiscal sólida é essencial para controlar a inflação e reduzir os riscos para ativos financeiros.

O comunicado do Copom enfatizou a importância de medidas estruturais para garantir a sustentabilidade da dívida pública, um ponto crucial para manter as expectativas de inflação ancoradas. O pacote de Haddad, ao visar cortes e ajustes orçamentários, é visto como uma ação decisiva para fortalecer a credibilidade fiscal do país, com o governo apostando que as medidas contribuirão para estabilizar a economia nos próximos anos.

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