Ideflor-Bio incentiva preservação de Terras Indígenas no PA

Faltando menos de 1 ano para a COP 30, que irá debater as mudanças climáticas, o meio ambiente e a preservação da Amazônia, algumas instituições estão se mobilizando para garantir os direitos dos Povos Indígenas na região. O Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (Ideflor-Bio), por meio da Gerência da Região Administrativa da Calha Norte 1 e 3 (GRCN1), (GRCN3) e o Escritório Regional do Baixo Amazonas (ERBAI), esteve presente no evento de lançamento do Programa Grande Tumucumaque, em Santarém, oeste paraense. O projeto busca proteger as Terras Indígenas e Unidades de Conservação (UCs) no Norte do Pará durante 15 anos e se propõe a fortalecer a proteção territorial, o monitoramento da biodiversidade e o enfrentamento da crise climática na região.CONTEÚDOS RELACIONADOS: Parques estaduais promovem turismo sustentável no ParáIdeflor-Bio incentiva preservação do boto-cinza amazônicoO evento reuniu organizações e lideranças indígenas, como o Instituto Iepé; Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon); Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai); e associações indígenas locais. O Programa Grande Tumucumaque é uma iniciativa que apoia a implementação dos Planos de Manejo das UCs e dos Planos de Gestão Territorial e Ambiental (PGTAs) das Terras Indígenas, bem como promover a união entre povos indígenas e comunidades vizinhas.Financiado pelo Legacy Landscapes Fund (LLF), com apoio adicional da Nia Tero, o programa abrange uma região com mais de 103 mil km² de floresta nativa, considerada uma das áreas mais biodiversas do mundo. “Essa é uma iniciativa importante para assegurar a preservação de uma das maiores áreas contínuas de floresta tropical, essencial para o equilíbrio ambiental da Amazônia e do planeta”, afirmou o presidente em exercício do Ideflor-Bio, Ellivelton Carvalho.Quer mais notícias do Pará? Acesse nosso canal no WhatsAppIMPORTÂNCIAA área do Grande Tumucumaque, que fica na fronteira do Brasil com a Guiana Francesa e o Suriname, inclui duas UCs (a Reserva Biológica (Rebio) Maicuru e a Estação Ecológica (Esec) Grão-Pará) e três terras indígenas (Parque do Tumucumaque, Rio Paru d’Este e Zo’é). Por sua importância ecológica, a região é considerada um “centro de endemismo”, abrigando diversas espécies ameaçadas de extinção, como o pica-pau-dourado e o macaco saium. Segundo Jakeline Pereira, diretora do Programa de Áreas Protegidas do Imazon, “a área é fundamental para o equilíbrio climático e a conservação da biodiversidade amazônica, sendo também uma grande armazenadora de carbono”, frisou.A cerimônia de lançamento do programa contou com apresentações culturais dos povos indígenas da região e um debate sobre os desafios de proteger o território e monitorar a biodiversidade local. Aventino Tiriyó Kaxuyana, presidente da Associação dos Povos Indígenas Tiriyó, Kaxuyana e Txikiyana (Apitikatxi), destacou a importância do programa para a implementação dos PGTAs. “Esse Programa é uma conquista histórica. Em 20 anos de Apitikatxi, a gente sempre correu atrás de parceria e de recursos. O caminho foi longo, a gente trabalhou muito para chegar até aqui”, disse a dirigente.A coordenadora do Programa Tumucumaque-Wayamu do Instituto Iepé, Denise Fajardo, ressaltou a importância de continuar fortalecendo os PGTAs. “O Iepé trabalha em parceria com as organizações indígenas há mais de duas décadas. Nos próximos 15 anos, daremos continuidade à implementação dos Planos de Gestão Territorial e Ambiental, elaborados por estes povos. Assim, esperamos, juntos, contribuir para o bem viver das futuras gerações”, explicou Fajardo, reforçando o compromisso de ampliar parcerias e conquistas.ESTADOO Ideflor-Bio desempenha um papel central na gestão de UCs da região e na aplicação de políticas de preservação ambiental. O titular da GRCN3, Neto Vasconcelos, ressaltou o compromisso do instituto com a sustentabilidade e a proteção dos recursos naturais. “O Programa Grande Tumucumaque representa um avanço significativo na proteção da Calha Norte. Essa iniciativa possibilitará uma integração entre comunidades tradicionais e instituições de conservação, promovendo um desenvolvimento que respeita as características culturais e ecológicas da região”, declarou.A implementação do programa é vista como um modelo de governança colaborativa entre o setor público, organizações não governamentais e lideranças indígenas. Ellivelton Carvalho enfatizou a importância da união de esforços para o sucesso do programa. “A parceria entre os povos indígenas e instituições como o Ideflor-Bio é essencial para garantir a proteção dessa imensa área de floresta e a preservação das tradições locais. O sucesso do Grande Tumucumaque será, acima de tudo, uma vitória coletiva em prol do futuro da Amazônia”, afirmou o presidente em exercício do Ideflor-Bio.
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