Fundo Amazônia recebe doação de R$ 127 milhões da Dinamarca

O Reino da Dinamarca anunciou nesta sexta-feira (29) uma doação de 150 milhões de coroas dinamarquesas (cerca de R$ 127 milhões) ao Fundo Amazônia.O anúncio foi realizado em Brasília durante reunião com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que administra o fundo, o MMA (Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima) e embaixadores dos países com mais doações ao Fundo Amazônia.Este será o primeiro aporte da Dinamarca no Fundo Amazônia. Em agosto de 2023, à Folha, o ministro dinamarquês para a Cooperação para o Desenvolvimento e a Política Climática Global, Dan Jørgensen, havia dito que o país pretendia doar 20 milhões de euros (mais de R$ 105 milhões na cotação à época).Em discurso nesta sexta-feira, o vice-chefe de missão da Embaixada Real da Dinamarca em Brasília, Leif Kokholm, destacou a oportunidade de aprofundar a cooperação com o Brasil, em meio a momentos importantes dos dois países –a COP30 (conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas), em Belém, e a Dinamarca na presidência da União Europeia, ambos em 2025.Desde a sua criação, em 2008, o fundo já recebeu cerca de R$ 4,5 bilhões em doações, segundo BNDES.A Noruega é a maior doadora do Fundo Amazônia. No último dia 17, o primeiro-ministro da Noruega, Jonas Gahr Støre, anunciou um investimento adicional de US$ 60 milhões (R$ 348 milhões). O país já doou mais de US$ 1,26 bilhão (cerca de R$ 3,46 bilhões) à iniciativa desde 2009.Em segundo lugar está a Alemanha, por meio do KfW, o banco de desenvolvimento alemão, com R$ 388 milhões.Os Estados Unidos ocupam a terceira posição. Em visita inédita de um presidente americano à amazônia, neste mês, Joe Biden anunciou aporte de mais US$ 50 milhões (R$ 289,5 milhões). O depósito, no entanto, depende de aprovação do Congresso americano. As contribuições americanas já depositadas foram de US$ 3 milhões (R$ 14,9 milhões, na cotação à época), em dezembro de 2023, e de US$ 47 milhões (R$ 256,9 milhões), em agosto de 2024.Na sequência vêm a Suíça (R$ 28 milhões), a Petrobras (R$ 17 milhões) e o Japão (R$ 15 milhões).Quer ver mais notícias? Acesse nosso canal no WhatsAppENTENDA COMO O FUNDO AMAZÔNIA PODE SER USADOPara onde vai o dinheiroO propósito do fundo é captar dinheiro para projetos de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento, além de ações de conservação e uso sustentável do bioma amazônico, mas até 20% dos recursos podem ser usados para outros biomas.Quem recebeOs projetos podem ser propostos pelos governos federal e estaduais, por organizações sem fins lucrativos, instituições multilaterais e também por empresas.GovernançaA gestão do fundo é feita pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) junto a dois comitês: um técnico, que certifica dados e cálculos de emissões, e outro orientador, com membros da sociedade civil, que define critérios para aplicação de recursos.Redd, uma sigla brasileiraO mecanismo funciona de acordo com os parâmetros de Redd (Redução de Emissões vindas de Desmatamento e Degradação), proposto pelo Brasil na conferência do clima da ONU de 2006. O Fundo Amazônia virou referência para as definições de salvaguardas do mecanismo global de Redd, adotadas nos anos seguintes.
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