Coreia do Sul sob tensão: Presidente decreta lei marcial contra “forças pró-Coreia do Norte”

O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, decretou nesta terça-feira (3) a lei marcial no país, justificando a medida como necessária para “eliminar elementos pró-Coreia do Norte”. A decisão, que substitui as leis civis por normas militares, amplia os poderes do Executivo, suspende o Parlamento e restringe direitos civis, gerando intensas reações internas e internacionais.

Em pronunciamento transmitido pela TV nacional, Yoon afirmou que a lei marcial busca proteger a liberdade da República da Coreia contra forças comunistas e antidemocráticas. “Peço ao povo que tolere alguns inconvenientes para garantir nossa segurança e ordem constitucional”, declarou.

A medida, no entanto, enfrenta resistência dentro do governo. O chefe da Polícia sul-coreana expressou publicamente sua oposição e convocou uma reunião de emergência para discutir a legalidade do decreto. Han Dong-hoon, ex-ministro da Justiça, também criticou a decisão, classificando-a como “errada” e prometendo mobilizar a população contra a lei marcial.

O Parlamento, que teve seus acessos bloqueados, tornou-se o foco de protestos da oposição, que convocou seus membros para se reunir em Seul e desafiar a decisão do presidente. Segundo a agência Yonhap, líderes oposicionistas acusam Yoon de abuso de poder e atentado à democracia.

Leia mais: Tensão na Coreia do Sul após aeronaves chinesas e russas sobrevoarem zona de defesa aérea

O decreto ocorre em um momento de alta tensão política no país e reacende memórias dolorosas do passado autoritário sul-coreano. A última lei marcial foi declarada em 1980, durante a repressão ao Levante de Gwangju, que resultou em centenas de mortes.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.