Consumo global de bebidas açucaradas cresce 23% em 30 anos

Nos últimos 30 anos, o consumo mundial de bebidas açucaradas aumentou 23%. No entanto, o Brasil segue uma tendência oposta, sendo o líder na queda entre os países mais populosos. Esses dados foram revelados em uma pesquisa publicada em agosto no British Medical Journal, que analisou os hábitos de crianças e adolescentes de 3 a 19 anos em 185 países, comparando os números de 1990 a 2018.

Para realizar a análise, os pesquisadores utilizaram o Global Dietary Database, uma plataforma que reúne informações de diversas nações. Com base nesses dados, estimaram as tendências de consumo das últimas três décadas, incluindo sucos prontos, energéticos, bebidas esportivas e refrigerantes, excluindo sucos 100% naturais e bebidas sem calorias.

A pesquisa aponta que, globalmente, a média de consumo semanal dessas bebidas é de 3,6 porções, variando de 1,3 na região do Sudeste Asiático a 9,1 na América Latina. Cerca de 30% dos países, o que representa 10% dos jovens, consomem mais de sete porções semanais.

No Brasil, o consumo caiu de 8,1 para 5,1 porções semanais em 2018. Apesar disso, ainda estamos acima do limite recomendado, pois essas bebidas devem ser consumidas de forma ocasional. O estudo também revelou que a ingestão é maior entre os mais velhos, os habitantes de áreas urbanas e os filhos de pais com maior nível educacional.

Entre as razões para o aumento do consumo estão a conveniência e a fácil acessibilidade, além da influência do marketing, que promove essas bebidas como “práticas”. Os autores destacam a importância de políticas públicas e intervenções para mudar esses comportamentos e prevenir doenças. Estudos mostram que pessoas que têm maior acesso a produtos não saudáveis enfrentam um risco maior de desenvolver doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes, hipertensão e obesidade, condições cada vez mais comuns entre os mais jovens.

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