Encontro Ruralista debate desenvolvimento ambiental

“Nós temos que ter proteção do meio ambiente e proteção da população, direito ao meio ambiente e direito ao desenvolvimento. Esse deve ser o posicionamento para essa conferência [COP30] que acontecerá em Belém”, declarou Aldo Rebelo, Secretário de Relações Internacionais do Município de São Paulo, durante o segundo dia do 62º Encontro Ruralista do Pará, realizado na última semana, no Edifício Palácio da Agricultura, em Belém.O evento, que é uma realização do Sistema Faepa (Federação da Agricultura e Pecuária do Pará)/Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural no Pará), e Sebrae no Pará, reuniu lideranças do setor agropecuário para discutir temas como rastreabilidade do rebanho bovino, regularização fundiária, a relação do agronegócio com a COP30 — que ocorrerá em novembro de 2025, na capital paraense —, e a participação dos pequenos negócios no setor.Rebelo enfatizou a necessidade de mobilização política para equilibrar o debate entre meio ambiente e desenvolvimento, envolvendo governadores da Amazônia, assembleias legislativas, senadores, deputados, câmaras municipais, produtores rurais, profissionais e entidades da região.CONTEÚDOS RELACIONADOS: Banco da Amazônia investe em um futuro mais sustentávelAgronegócio entra na luta contra mudanças climáticasCarlos Xavier, presidente da Faepa/Senar, destacou a relevância do encontro: “Há 31 anos realizamos esse evento. O objetivo maior é levar informação a todas as lideranças e produtores, fortalecendo sindicatos e núcleos para que o estado do Pará possa utilizar suas potencialidades e se transformar no ‘primeiro’ estado desenvolvido da nação brasileira.”O diretor de Defesa e Inspeção Animal da Adepará, Josino Gomes dos Santos, apresentou o Sistema de Rastreabilidade Bovídea Individual do Pará (SRBIPA). Segundo ele, o objetivo é rastrear todos os animais até dezembro de 2025, o que garantirá abertura de mercados e melhor gerenciamento das propriedades rurais. “É um trabalho que vamos aperfeiçoando ao longo do tempo. Estamos abertos ao produtor rural”, afirmou.No âmbito da regularização fundiária, José Henrique Bernardes Pereira, assessor técnico da Comissão Nacional de Assuntos Fundiários e de Desenvolvimento da Região Norte (CNA), discutiu questões relacionadas a embargos por desmatamento, com impacto no acesso a crédito e mercado. Ele também esclareceu dúvidas sobre legislação ambiental para auxiliar os produtores.Quer mais notícias de AgroPará? Acesse nosso canal no WhatsAppCOP 30A COP30 esteve na abordagem de vários painéis durante o encontro. Muni Lourenço, coordenador da Comissão Nacional de Meio Ambiente e Desenvolvimento da Região Norte da CNA, pontuou: “A CNA vem trabalhando ativamente com a agenda multilateral em questões ambientais, nas Cops e em fóruns internacionais”. Ele reforçou a importância da participação do setor agropecuário nesses debates, devido à relevância do agro para o país.No painel “Agricultura Paraense Pós COP30: Desafios e Oportunidades”, Alfredo Homma, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental, destacou a necessidade de investimentos em tecnologia. Ele apontou desafios como pressões ambientais de países desenvolvidos e a pobreza na região, mas sugeriu soluções como o uso de áreas já desmatadas e a recuperação de terras degradadas. “Não há solução mágica para a Amazônia. A solução passa por pesados investimentos em tecnologia”, afirmou.Bruno Kono, presidente do Iterpa, defendeu a visão do governador Helder Barbalho de posicionar a COP30 como a “COP da Floresta”. Segundo Kono, a valorização da floresta em pé é essencial, que trará benefícios para os produtores rurais: “As últimas COPs ocorreram em países cujo principal ativo era o petróleo. O nosso é a floresta.” Ele destacou a importância de orientar os produtores para acessar créditos de carbono.
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