Dólar bate recorde e fecha a R$ 6,09 mesmo com leilão do Banco Central

O dólar alcançou um novo recorde nominal nesta segunda-feira (16), encerrando o dia cotado a R$ 6,09, mesmo após uma intervenção significativa do Banco Central (BC). Pela manhã, a moeda norte-americana chegou a R$ 6,10, levando o BC a realizar um leilão extraordinário no mercado à vista, sem exigência de recompra. Foram vendidos US$ 1,63 bilhão, a maior operação do tipo desde 2020. A medida reduziu a cotação temporariamente para R$ 6,04, mas o dólar voltou a subir no decorrer do dia.

Na sexta-feira (13), o BC já havia vendido US$ 845 milhões em outro leilão. O mercado financeiro segue cauteloso enquanto aguarda a aprovação de cortes de gastos pelo governo federal. Segundo relatório do Ministério da Fazenda, o Brasil precisará aumentar a receita em 0,1% do PIB, o equivalente a R$ 17,9 bilhões, para atingir déficit zero em 2025.

Outro fator que mexeu com o mercado foi uma declaração do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que acusou o Brasil de taxar excessivamente produtos americanos, ameaçando retaliações tarifárias.

Além disso, investidores estão atentos à reunião do Copom e do Federal Reserve (Fed), que devem definir as novas taxas de juros nesta terça-feira (17). No mercado doméstico, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, caiu 0,31%, fechando em 124.230 pontos.

O economista Fabio Louzada destacou que a alta dos juros futuros e das projeções de inflação para 2025 e 2026 está gerando estresse no mercado. A taxa Selic é estimada em 14% para 2025, enquanto o IPCA já supera o teto da meta para os próximos anos.

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