Aos 79 anos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue como plano A do Partido dos Trabalhadores para disputar a reeleição, em 2026. Petistas goianos reconhecem que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é um nome qualificado, mas afirmam que o atual gestor vai disputar a manutenção do cargo no Palácio do Planalto.
“Haddad é um excelente nome, mas Lula é o nome natural”, destaca o deputado federal por Goiás, Rubens Otoni (PT). Vale lembrar que o parlamentar foi eleito pela primeira vez em 2002, o também primeiro pleito que o atual presidente venceu.
O Jornal O HOJE também questionou Otoni se a saúde do presidente poderia mudar os planos. Vale lembrar que Lula ficou seis dias de internação no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, devido a uma hemorragia intracraniana, sendo submetido a uma cirurgia de emergência em 9 de dezembro e a um segundo [e terceiro] procedimento na quinta-feira (12), para prevenir novas complicações.
Na tarde de domingo (15), ele recebeu alta hospitalar. Durante a coletiva de imprensa, a equipe médica informou que ele estava bem, estável e em plena recuperação. “O presidente se encontra bem, estável, caminhando e falando normalmente”, disse a médica Ana Helena Germoglio, destacando a evolução do paciente.
Mas sobre a resposta do deputado federal por Goiás, Otoni diz não acreditar que a saúde do presidente poderia impedir a disputa pela reeleição. “Lula está se recuperando bem e já deve voltar ao trabalho na próxima semana”, diz e reforça: “Lula é o nome.”
Também deputada federal pelo Estado, Adriana Accorsi reforçou que o presidente é o único plano do partido. “E estamos com toda a força nessa eleição. Aí, depois, vamos pensar no próximo”, não dá nomes. Ainda de acordo com ela, essa situação está pacificada. “Dentro do partido, isso é pacífico.”
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Acerca da saúde de Lula, ela diz que ele se saiu bem “e para nós, certeza de que superou. Ele é muito forte. Quem o vê, presencia essa força e lucidez total”.
Alta
Após a alta, Lula seguiu para a sua residência localizada no Alto de Pinheiros, em São Paulo, onde deverá permanecer até pelo menos a próxima quinta-feira (19) para recuperação.
Ao Fantástico, ele disse estar “totalmente bem” e que pode voltar aos compromissos depois de quinta. “Vou ficar até quinta-feira, porque eu tenho que fazer uma nova tomografia. E eu quero fazer no mesmo lugar que fiz as outras. Aí, eu vou para Brasília para trabalhar normalmente.”
Segundo ele, o processo de recuperação será tranquilo, mas serão precisos cuidados. “Eu vou me cuidar, vou me cuidar. Eu tenho muita responsabilidade, eu tenho muita disciplina, eu vou me cuidar”.
Desafios pós-alta
Apesar do otimismo, o presidente deve ter algumas dificuldades quando voltar, efetivamente, ao trabalho. Quando internado, o gestor conversava com o presidente da Câmara e Senado para aprovar um pacote fiscal que economizaria, segundo o governo, cerca de R$ 70 bilhões.
Tanto parlamentares como o mercado reagiram mal. Ao Fantástico, o presidente disse ter compromisso com a responsabilidade fiscal. “Vou repetir: ninguém nesse país, do mercado, tem mais responsabilidade fiscal do que eu. […] Entreguei esse país, sabe, numa situação muito privilegiada. É isso que eu quero fazer outra vez. E não é o mercado que tem que ficar preocupado com os gastos do governo. É o governo. Porque, se eu não controlar os gastos, se eu gastar mais do que eu tenho, quem vai pagar é o povo pobre”, afirmou.
Ele justificou, ainda, que “nós fizemos aquilo que é possível fazer mandando [o pacote] para o Congresso Nacional. A única coisa errada nesse país é a taxa de juros estar acima de 12%. Essa é a coisa errada. Não há nenhuma explicação”.