Acidentes de carro matam mais de 2 mil crianças e adolescentes

Anderson Nunes, analista de TI, já está com a viagem de família planejada, e  destacou a importância do uso da cadeirinha para a segurança durante o trajeto. “Sempre quero que meu filho fique em segurança, a fim de que, em um eventual acidente, não venha a se machucar”, afirmou, ao ser questionado sobre a utilização da cadeirinha de transporte, um item obrigatório para percursos de carro.

Ele revelou que buscou se informar para garantir a correta instalação da cadeirinha no veículo desde que o pequeno nasceu. “Procurei vídeos na internet ensinando como instalar corretamente”, explicou. Além disso, o ‘papai coruja’ contou que verifica frequentemente se o equipamento está bem fixado, especialmente após retiradas para limpeza. “Sempre que tiramos para fazer alguma higienização do carro eu costumo revisar a trava, para que nosso filho não sofra nenhuma lesão em caso de qualquer colisão ou acidente.”

No entanto, o analista admitiu que, em algumas ocasiões, a cadeirinha não é utilizada em trajetos curtos. “Na maioria das vezes utilizamos, porém em algumas ocasiões não, como, por exemplo, em um trajeto mais curto.”

Por fim, Anderson destacou a atenção necessária às condições da cadeirinha, verificando regularmente se há peças quebradas ou desgastes que possam comprometer a segurança. “Sim, até para garantir a segurança, sendo que, caso contrário, não vai trazer a proteção necessária.”

Dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) mostram que cerca de 2 mil crianças e adolescentes com até 17 anos morrem anualmente em acidentes de carro no Brasil, enquanto 37,8 mil sofrem lesões que muitas vezes resultam em sequelas permanentes. A maioria desses acidentes ocorre em trajetos curtos, como o caminho de casa para a escola.

Em meio a esses dados, pais de todo o país têm intensificado a vigilância sobre o uso correto desses dispositivos, que salvam vidas. “Eu nunca deixo de conferir se a cadeirinha está instalada corretamente, é a minha prioridade”, afirma a mãe de Luana, de 6 anos, Mariana Costa, enquanto ajusta os cintos de segurança antes de sair para o trabalho.

Mariana reforça que a rotina de verificar a instalação correta da cadeirinha começou desde o nascimento da filha. “No início, eu fiquei insegura com tantas instruções, mas fizemos aulas de como instalar a cadeirinha e sempre verifico se está bem fixada, sem folgas”, diz. Segundo ela, é um pequeno esforço que garante a tranquilidade ao saber que, ao pegar a estrada, Luana está protegida. “Eu sei que nada é 100% seguro, mas a cadeirinha é o mínimo que posso fazer para garantir a segurança dele”, completa.

Para muitos pais, a conscientização sobre os riscos no trânsito tem se intensificado nos últimos anos, com campanhas que destacam o impacto do uso correto das cadeirinhas.”O trânsito está cada vez mais perigoso, e nós não podemos arriscar. A cadeirinha é fundamental e, além de salvar, ela pode diminuir os impactos em um acidente”, afirma João Canuto, pai da pequeno Léo, de 4 anos, que faz questão de ajustar a cadeirinha todas as vezes que vai sair com a filha.

Em entrevista ao Jornal O HOJE, a Dra. Renata Nunes, ortopedista pediátrica e diretora da SBOT-GO (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – Regional Goiás),  alerta sobre o impacto dessas estatísticas. “O número de crianças que ainda morrem ou se lesionam gravemente no trânsito é alarmante, e muitas vezes isso poderia ser evitado. O uso adequado da cadeirinha pode reduzir em até 70% o risco de mortes e lesões graves.”,

Quando o período de férias vai se aproximando, a SBOT inicia a campanha “Criança Protegida no Carro”, com foco na conscientização sobre o uso correto de dispositivos de retenção, como cadeirinhas, boosters e cintos de segurança. Segundo especialistas, esses equipamentos podem reduzir as chances de mortes e lesões graves em acidentes de trânsito envolvendo crianças.

Cadeirinhas precisam ser trocadas conforme crescimento e idade

Conforme as normas de trânsito, os dispositivos de retenção (conhecidas cadeirinhas e assentos), são recomendados por faixa etária. Até 1 ano de idade os bebês devem ser transportados em um bebê conforto, posicionado de costas para o movimento do carro, com inclinação mínima de 45°. Essa posição protege a coluna e os ligamentos do pescoço, que ainda estão em desenvolvimento. Certifique-se de que o bebê conforto esteja fixado firmemente pelo cinto de segurança, sem movimentação excessiva.

Já para as crianças que possuem entre 1 e 4 anos, é indicado o uso de cadeirinhas fixadas ao cinto de segurança do veículo. A posição ideal é no centro do banco traseiro, com a cadeira devidamente presa.

Com o crescimento, as crianças de 4 a 10 anos devem utilizar o assento de elevação (booster). Esse suporte ajusta a altura da criança para que o cinto de segurança passe adequadamente pela cintura e pelos ombros, evitando riscos de lesões.

Conforme a norma, a partir dos 10 anos, que é a fase em que os pequenos atingem o tamanho adequado, as crianças podem usar o cinto de segurança de três pontos. Para isso, é essencial que consigam sentar com as costas apoiadas no banco e os joelhos dobrados confortavelmente na borda do assento.

Além do uso correto dos dispositivos, a campanha ressalta que o comportamento dos pais influencia diretamente a educação das crianças no trânsito. “Os pais devem ser exemplo de comportamento seguro, pois as crianças aprendem pelo que veem”, finaliza Renata. 

Cuidados essenciais no trânsito

No carro:

Crianças com menos de 10 anos não devem ser transportadas no banco dianteiro.

Sempre utilize o cinto de segurança, mesmo em trajetos curtos.

Nunca transporte crianças em pé ou sem os dispositivos adequados.

Jamais leve um bebê no colo ou ajuste o cinto de forma incorreta.

Na rua:

Utilize a calçada e atravesse na faixa de pedestres.

Redobre a atenção em vias movimentadas e evite atravessar atrás de veículos grandes que bloqueiam a visibilidade.

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