Agricultura de precisão é apontada como principal oportunidade de avanço no agronegócio

A tecnologia tem se tornado a principal aliada do agronegócio brasileiro, com a agricultura de precisão despontando como a maior oportunidade de avanço no setor.  

Segundo a pesquisa SAE BRASIL Caminhos da Tecnologia no Agronegócio, da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), lançada em fevereiro deste ano, ela é a principal oportunidade de inovação e melhoria, com práticas que incluem o uso de geoprocessamento, piloto automático e aplicação por taxa variada, de acordo com 33% dos participantes.   

Com 32% das respostas vindo de fabricantes e distribuidores de tratores, máquinas e implementos agrícolas, a pesquisa mostra que a busca por soluções que otimizem o uso de recursos e aumentem a produtividade está em alta.  

Como especialista na área, Bernardo de Castro, vice-presidente de Estratégia Agrícola da divisão Autonomy & Positioning da Hexagon, líder em desenvolvimento de tecnologia para o setor, explora algumas técnicas essenciais para a agricultura de precisão.  Segundo o profissional, uma das principais tecnologias no segmento é o sistema de piloto automático, que permite a navegação precisa dos maquinários no campo.  

“Ao guiar tratores e implementos em trajetos exatos, o sistema evita danos às plantações e otimiza o trabalho, reduzindo sobreposições e desperdícios mesmo em curvas ou terrenos acidentados”, afirma Bernardo.  

A tecnologia maximiza a utilização da área plantada (aumentando em até 5%) e diminui as falhas entre as linhas de plantio. Essa precisão reduz significativamente o desperdício de insumos, como sementes, fertilizantes e defensivos, além do consumo de combustível. 

Outro benefício é a capacidade de minimizar a compactação do solo, que ocorre quando máquinas pesadas repetem trajetos no campo. “Preservar a estrutura do solo contribui para a saúde das plantas a longo prazo. Em uma agricultura que busca práticas mais sustentáveis, essa redução na compactação também ajuda a alinhar os processos com as exigências ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa). Isso porque evita impactos que afetariam o crescimento das raízes, como aeração, retenção de água, e, inclusive, o aumento da susceptibilidade do solo à erosão”, complementa Bernardo.  

O piloto automático também permite que as operações sejam planejadas previamente, mesmo fora do campo, por meio de softwares de gestão agrícola. Desta forma, o operador consegue focar em outras variáveis do processo, reduzindo o risco de erros e aumentando a consistência das operações ao longo de cada safra. 

O controle de fertilização é outro destaque na categoria – um sistema automatizado que torna a aplicação de fertilizantes e defensivos mais eficiente e sustentável.  Ele ajusta automaticamente a quantidade de insumo a ser aplicada, garantindo que os nutrientes sejam distribuídos de maneira uniforme e controlada ao longo da área cultivada.  

Com a possibilidade de aplicação em taxa variável, ele opera em diferentes tipos de implementos, mostrando em tempo real a cobertura da área durante a aplicação.  Esse nível de controle não só previne falhas, mas também evita o desperdício de insumos, reduzindo gastos. 

Segundo Bernardo, sistemas de controle de fertilização eficientes permitem uma redução de até 25% na quantidade de insumos utilizados, ao ajustar a quantidade exata de fertilizante necessária em cada ponto do solo. Além disso, podem corrigir até 15% dos desvios de adubação, promovendo uma aplicação mais precisa e reduzindo erros.  

“Essa precisão se traduz em solos mais balanceados e safras de maior qualidade, porque contribuem diretamente para a saúde da cultura e para a padronização da colheita”, diz. 

Além disso, tecnologias como o controle automático de fertilização, em taxa fixa e variável, têm se mostrado essenciais para que produtores atendam a exigências de ESG que se referem à saúde do plantio e, consequentemente, do produto final, além do rastreio da cadeia de produção, que pode trazer uma imensa variedade de dados, desde a origem de sementes até condições de trabalho, cada vez mais relevantes no cenário internacional. 

Fonte: Sucesso No Campo 

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