Trump quer enviar criminosos americanos para prisões de outros países

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira (4/2) que pretende fechar acordos com governos estrangeiros para transferir americanos condenados por “crimes graves” para prisões em outros países. A proposta, segundo ele, é um caminho para reduzir os custos de manter esses presos nos EUA, além de retirá-los do território nacional.

“Não queremos essas pessoas”, afirmou Trump, destacando que muitos países já se ofereceram para receber os criminosos, embora ele admita que ainda não há clareza sobre a legalidade da medida.

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Trump citou casos específicos de crimes violentos, como o de um homem que empurrou outra pessoa nos trilhos do metrô, para justificar a necessidade de remover esses indivíduos do país. “São pessoas doentes, criminosos péssimos. Se conseguirmos tirá-los daqui, seria um aviso aos demais”, declarou. Ele comparou a proposta à sua política de deportação de imigrantes, afirmando que há americanos “tão ruins quanto” e que sua administração está trabalhando para viabilizar a transferência desses presos.

El Salvador se dispõe a receber criminosos americanos

A ideia ganhou força após o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, oferecer seu país como destino para criminosos americanos. Bukele, conhecido por sua política repressiva contra o crime, propôs receber não apenas imigrantes deportados pelos EUA, mas também cidadãos americanos condenados por crimes graves.

O senador americano Marco Rubio elogiou a iniciativa, classificando-a como “um acordo migratório sem precedentes”. No entanto, a proposta gerou críticas de organizações de direitos humanos e da oposição salvadorenha, que acusam Bukele de transformar a região em um “quintal de Washington para despejar lixo”.

A política de Bukele, que incluiu a construção da “maior prisão das Américas”, já causou polêmica internacional devido ao alto número de detenções e denúncias de violações de direitos humanos.

Entre 2022 e 2023, mais de 62.000 pessoas foram presas em El Salvador, com estimativas indicando que um em cada seis detidos pode ser inocente. Enquanto Trump busca avançar com sua proposta, a discussão sobre a legalidade e os impactos humanitários dessa medida deve ganhar destaque no cenário internacional.

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