PF deflagra operação contra fraudes em benefícios assistenciais

A Polícia Federal deu início à segunda fase da Operação Melhor Idade, que investiga uma rede criminosa responsável por fraudes em benefícios assistenciais destinados a idosos. O esquema, descoberto com o apoio do Núcleo de Inteligência Previdenciária, atuava em diversas regiões do Brasil, incluindo Goiás. A operação revelou a existência de uma organização criminosa bem estruturada que falsificava documentos públicos, abria contas bancárias, obtinha benefícios de forma ilegal e realizava empréstimos consignados com dados de “idosos de aluguel”.

De acordo com a Polícia Federal, o grupo criminoso utilizava características biométricas, como impressões digitais e fotos, de idosos que emprestavam suas identidades, conhecidos como “idosos de aluguel”. Esses indivíduos estavam envolvidos em mais de 30 identidades falsas, o que permitiu aos criminosos simular a legitimação de benefícios assistenciais. Até o momento, 21 “idosos de aluguel” foram identificados, sendo responsáveis por fornecer cerca de 285 CPFs e títulos eleitorais falsificados.

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O esquema causou um prejuízo estimado de R$ 23 milhões aos cofres públicos e poderia ter gerado mais R$ 35 milhões em perdas, caso não tivesse sido interrompido. Os criminosos conseguiram obter aproximadamente 259 Benefícios de Prestação Continuada ao Idoso, garantindo um salário mínimo mensal às vítimas, e ainda acessaram o Cadastro Único do Governo Federal.

Diante da gravidade da fraude e da organização complexa, a Justiça Federal decretou medidas cautelares contra os investigados, incluindo mandados de busca e apreensão, cancelamento de CPFs, bloqueio de contas bancárias, suspensão de benefícios irregulares, sequestro de bens e prisões de envolvidos.

Nesta segunda fase da operação, a Polícia Federal cumpriu mandados contra 16 novos investigados em Goiás, Piauí, São Paulo e Distrito Federal. Na primeira fase, realizada em 23 de janeiro, três pessoas foram presas, e a corporação apreendeu celulares, cartões de benefícios, extratos bancários e documentos que reforçaram as provas contra os suspeitos.

Com o desmantelamento do esquema criminoso, a Polícia Federal segue investigando outros possíveis envolvidos e trabalhando para garantir a restituição dos valores aos cofres públicos. A operação reafirma o compromisso da corporação em combater fraudes e proteger os direitos dos cidadãos, especialmente os idosos, que são alvos frequentes de exploração.

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