Denunciado, Bolsonaro terá que escolher: liderar direita ou liberdade


O que leva a ele uma ponderação: vale mais a pena para ele empurrar um de seus filhos para concorrer ao Palácio do Planalto, e tentar manter o controle do poder na família, ou abençoar um aliado mais competitivo, e transferir de vez a liderança da direita no país?

A princípio, ele deve tentar repetir a tática de Lula, de continuar como candidato em 2026, mesmo preso, até que a Justiça afirme que não será possível isso continuar pela Lei da Ficha Limpa – que, aliás, ele tenta revogar, o que é mais difícil do que uma anistia. A questão é que isso rouba tempo importante para que a oposição construa um nome de consenso. Em entrevista ao UOL, o senador Ciro Nogueira já disse que esse candidato ou candidata precisa ser definido ainda em 2025.

A popularidade de Lula, que anda em baixa histórica principalmente por conta do preço dos alimentos, ou seja, da alta do custo de vida, está gerando movimentações políticas.

As recentes declarações críticas ao governo federal vindas do presidente do PSD, Gilberto Kassab, que costuma ser mais discreto, dizem muito sobre a continuidade do bolsonarismo sem Bolsonaro. Ele, que está na base do governo federal, mas também é um dos principais assessores do governador de São Paulo, sentiu a oportunidade para Tarcísio de Freitas.

Nos bastidores, o governador teria dito que aceitaria concorrer com o apoio total de Jair, apesar de abertamente negar e afirmar que a prioridade é a reeleição em São Paulo. Ou seja, a construcão de uma alternativa que poderia ajudar a tirar o ex-presidente da cadeia depende, em última instância, do próprio abrir mão de querer liderar a direita e dar lugar a outra pessoa. Porque é fanfic achar que Tarcísio não teria vida própria ao chegar à Presidência.

Claro que falta combinar tudo isso com os russos, ou melhor, com os petistas, uma vez que Lula tem a máquina e a caneta de gastos na mão e ainda falta um ano e oito meses. Para perder com isso, Bolsonaro teve que ser sócio de 700 mil mortes por covid-19 na pandemia, o que não é pouco.





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