Ex-funcionário afirma: Amazon vendeu tecnologia de reconhecimento facial para a Rússia

Um ex-colaborador da Amazon fez graves acusações à empresa, alegando que ela teria vendido dados de reconhecimento facial para a Rússia, violando possíveis sanções do Reino Unido relacionadas à invasão da Ucrânia.

De acordo com Charles Forrest, a Amazon teria firmado um acordo com a VisionLabs, uma empresa russa especializada em serviços de reconhecimento facial e de objetos. Forrest afirma que esse acordo teria permitido à VisionLabs acessar o Rekognition, a tecnologia de reconhecimento facial desenvolvida pela Amazon, de forma clandestina. Segundo ele, a negociação teria ocorrido por meio de uma empresa com sede na Holanda, o que levantou suspeitas sobre suas intenções.

Ex-funcionário acusa Amazon de vender dados de reconhecimento facial para a Rússia

O ex-funcionário, Charles Forrest, alega que a Amazon o demitiu de forma injusta em 2023, logo após ele levantar suspeitas sobre possíveis irregularidades na empresa. Uma dessas supostas irregularidades seria a venda de serviços de reconhecimento facial para uma empresa russa. Forrest levou o caso ao tribunal trabalhista de Londres nesta semana.

Além da venda de dados para a Rússia, outra irregularidade apontada por Forrest seria a violação de uma moratória autoimposta pela Amazon em relação ao acesso da polícia aos seus serviços de reconhecimento facial. Essa moratória teria sido estabelecida após o caso de George Floyd para evitar abusos e violações de privacidade.

Em resposta às acusações, a Amazon negou ter vendido dados de reconhecimento facial para a Rússia. Um porta-voz da empresa afirmou que, com base nas evidências disponíveis, a AWS não forneceu serviços do Amazon Rekognition para a VisionLabs. Quanto às alegações de demissão de Forrest, a empresa alega que se deu por conduta grave do ex-funcionário, como faltas em reuniões, descumprimento de horários e falta de resposta a e-mails.

No entanto, a Amazon admitiu ter quebrado a moratória em relação à oferta de tecnologia de reconhecimento facial para a polícia. A empresa ressaltou que uma moratória autoimposta não tem o mesmo peso que uma obrigação legal, e por isso estaria agindo dentro da legalidade ao fornecer esses serviços às autoridades.


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