A força da tecnologia em todas as regiões de SC

Santa Catarina tem se consolidado como um dos estados mais inovadores do Brasil, e esse avanço vai muito além da capital. Florianópolis, reconhecida como a capital nacional das startups (Lei 14.955/24), continua sendo um importante polo de inovação, no entanto, uma análise mais ampla deixa claro que outras regiões catarinenses também estão impulsionando esse crescimento, com um avanço expressivo na arrecadação do ISS (Imposto Sobre Serviços) do setor tecnológico.

Os números falam por si: Joinville, maior município do estado em população, registrou um aumento de 88% na arrecadação de ISS em tecnologia entre 2019 e 2023, saltando de R$36,5 milhões para R$68,7 milhões. Itajaí cresceu 135,6%, passando de R$11,9 milhões para R$28,1 milhões no período. Blumenau teve um crescimento impressionante de 1025%, indo de R$4 milhões para R$45 milhões.

O avanço é igualmente expressivo em municípios de menor porte. Rio do Sul viu sua arrecadação crescer 460%, Criciúma mais do que dobrou a receita de ISS do setor tecnológico (de R$12,6 milhões para R$28,1 milhões), e Lages teve um aumento de 165%, passando de R$2 milhões para R$5,5 milhões. No Oeste, Chapecó teve um crescimento de aproximadamente 56%, chegando a R$10 milhões em ISS arrecadado. Em Florianópolis, o aumento foi de 85%, com a arrecadação passando de R$53,3 milhões para R$98,8 milhões.

Esses números não são apenas indicadores financeiros, mas evidências concretas de um setor que cresce de maneira estruturada e descentralizada. O modelo de economia baseada em tecnologia, que começou a se desenvolver há mais de três décadas com o fortalecimento de universidades e instituições de pesquisa, agora se expande para todo o estado. Hoje, o Vale do Itajaí responde por 23,9% do faturamento total da tecnologia catarinense, seguido pelo Norte (17,1%), Oeste (8,1%), Sul (6%) e região Serrana (2,4%).

Esse avanço só é possível porque Santa Catarina construiu um ecossistema integrado e bem estruturado. A Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE) tem um papel central nesse processo, promovendo a descentralização por meio da sua rede de Polos Regionais, em parceria com entidades locais que conectam empresas, universidades, investidores e o poder público para fomentar o desenvolvimento da inovação.

Ao longo dos anos, esses polos têm permitido que cada região desenvolva suas próprias vocações tecnológicas. Na região Norte, por exemplo, há um forte crescimento em tecnologia voltada para Indústria 4.0 e 5.0. No Oeste, a inovação está atrelada ao agronegócio e à bioenergia. No Sul, despontam soluções para a indústria de materiais e design, enquanto a Serra avança em tecnologia para o turismo e sustentabilidade e o Vale do Itajaí mantém a ligação com o setor têxtil e de manufatura. Esse movimento reforça um dos diferenciais do estado: Santa Catarina não tem uma única vocação tecnológica, mas sim diversas, adaptadas às realidades de cada região.

Além de fortalecer a economia estadual, o ecossistema de tecnologia catarinense tem conquistado relevância nacional e internacional. Empresas catarinenses estão expandindo seus mercados para outras regiões do Brasil e para o exterior, levando inovação para diferentes setores e atraindo investidores interessados na qualidade e competitividade das soluções desenvolvidas aqui. Esse reconhecimento tem impulsionado o crescimento de startups e scale-ups, que encontram em Santa Catarina um ambiente favorável para se desenvolver e ganhar escala global.

A inovação catarinense não tem fronteiras. O desenvolvimento econômico do estado não deve estar concentrado em uma única cidade, mas sim distribuído por todo o território. O futuro da tecnologia em Santa Catarina será construído a partir da colaboração entre diferentes regiões, ao mesmo tempo em que o estado se consolida como um polo nacional e internacional de inovação.

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