Morte no trânsito crescem no estado de São Paulo – 26/02/2025 – Cotidiano


O número de mortes no trânsito no estado de São Paulo é o maior para janeiro desde 2016. No mês passado, 468 pessoas morreram em estradas e vias municipais paulistas.

A quantidade de óbitos é 8,3% maior que os 432 registros do mesmo período de 2024 e só perde para 2015 —sempre na comparação entre os meses de janeiro—, quando 532 pessoas morreram.

Os dados são do Infosiga, sistema estadual de monitoramento da letalidade no trânsito.

Na média geral do estado, motociclistas são as maiores vítimas. Foram 204 mortes no primeiro mês deste ano, quase 44% do total.

O número de pessoas que estavam em motociclistas e que acabaram mortas em acidentes foi o que mais cresceu: teve alta de 15,3% na comparação com janeiro de 2024, quando 177 motociclistas morreram.

Também cresceu a letalidade de ciclistas (14,3%) e pedestres (4,7%) no mesmo período comparado.

Em nota, o Detran-SP (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo) afirma trabalhar para aumentar a segurança viária, por meio da conscientização da população, fiscalização e criação de políticas públicas.

O órgão diz ter reforçado a implementação de campanhas educativas, sendo as mais recentes com foco nos públicos mais vulneráveis no trânsito: pedestres e motociclistas.

Também afirma ter intensificado operações para coibir a mistura de álcool e direção. Conforme dados do Detran, em 2024 foi registrado recorde de veículos fiscalizados, com 401.713 motoristas abordados durante todo o ano, aumento de 56% em relação a 2023.

“Em janeiro de 2025, em relação ao mesmo mês do ano passado, há aumento de 36%, com 27.945 condutores fiscalizados, contra 20.488 condutores”, diz trecho da nota.

Na contramão, o número de vítimas fatais em acidentes na cidade de São Paulo caiu 11% —foram 74 mortes em janeiro de 2024 contra 66 no mês passado.

Houve redução no município de São Paulo, inclusive, no número de motociclistas mortos (de 40 para 30 entre os períodos comparados).

Apenas pedestres e ciclistas tiveram mais vítimas na capital paulista. Ao todo, 24 pessoas morreram atropeladas no último mês, contra 20 em janeiro de 2024, quando não houve nenhum registro de morte de quem estava em bicicleta (foram dois em 2025).

A diminuição no número de motociclistas mortos ocorreu no mês em que houve um embate entre a Prefeitura de São Paulo e operadoras de aplicativo para transporte de passageiros em motos.

Em janeiro, a empresa 99 moto começou a operar na cidade de São Paulo, apesar de um decreto municipal proibindo atividades como mototáxi —a empresa dizia estar amparada em legislação nacional. Na sequência, a Uber disponibilizou o mesmo serviço, que só parou após a prefeitura ter acionado a Justiça.

A justificativa do prefeito Ricardo Nunes (MDB) para barrar mototáxi ou serviço semelhante era baseada no aumento na morte de motociclistas na cidade.

Recentemente, a Procuradoria-Geral do Estado afirmou que o decreto de Nunes, que proíbe transporte de moto, é inconstitucional. O caso segue na Justiça

O Detran usa o caso da cidade de São Paulo para justificar que suas ações estão dando resultado, e cita que além da letalidade, houve queda de 16% nos sinistros sem mortes no município.

“Em nível estadual, considerando o mesmo recorte de tempo, há redução dos sinistros não fatais [-23,2%]”, afirma o órgão de trânsito.

Questionada sobre medidas para reduzir os atropelamentos, a Prefeitura de São Paulo não respondeu até a publicação deste texto.



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