Motta cobra responsabilidade e diz que Haddad precisa de apoio do governo



O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), cobrou o governo nesta quarta (12) por mais responsabilidade com os gastos públicos e apontou que o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, precisa de mais apoio interno – ele é constantemente alvo de fogo amigo.

Motta afirmou que a agenda econômica do ministro foi “integralmente apoiada” pelo Congresso no ano passado, mas que não há o mesmo apoio dentro do próprio governo.

“A agenda do ministro Haddad foi integralmente apoiada por nós. […] Mas, sempre colocando também a nossa preocupação e dizendo que o ministro precisaria muito mais, às vezes, de apoio interno do que apoio externo, porque a agenda dele era uma agenda aprovada, principalmente pelos partidos de centro”, disse o deputado em um evento empresarial em Brasília.

Fernando Haddad é constantemente alvo de fogo amigo dentro do governo e de aliados, e já chegou a ser repreendido pela nova ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, quando ocupada a presidência nacional do PT. Ela já o criticou duramente por conta das metas de equilíbrio fiscal.

Mais recentemente, o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, sinalizou que Haddad é “fraco” e não tem apoio dentro do governo para impor as pautas econômicas.

O partido faz parte da base governista, mas pretende ganhar mais espaço para seguir na possível tentativa de reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026.

Hugo Motta também reforçou a necessidade de mais controle dos gastos públicos, afirmando que isso impacta na inflação, na taxa de juros e na valorização do dólar. Para ele, as condições externas da economia pressionam a condução das contas brasileiras.

“Precisamos, sim, pontuar que não será possível promover uma política de evolução social com a inflação descontrolada, com a taxa de juros subindo a cada reunião do Copom, com o dólar batendo os níveis que infelizmente vem batendo, com cenário internacional desafiador depois da eleição do novo presidente americano, então isso obriga que o Brasil seja cada vez mais eficiente”, emendou.

Durante a fala no evento, o deputado demonstrou preocupação com a taxa básica de juros a 13,25% atualmente, com perspectiva de um novo aumento na semana que vem, e o quanto ela influencia na economia.

“Isso é consequência, sim, dessa política que tem tido uma reação, digamos assim, ao que tem sido feito do ponto de vista da política econômica. Se não entrarmos em uma agenda de responsabilidade, teremos, talvez, um período de muita dificuldade com essas taxas descontrolados e o nosso povo, a nossa população sendo penalizada ao final”, completou.

Além disso, Hugo Motta também apontou a necessidade de aprimoramento da máquina pública, com uma maior eficiência no uso dos recursos e a participação do Legislativo na discussão.



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