EUA e Israel negociam com países africanos reassentamento de palestinos de Gaza, diz agência


À AP, fontes do governo americano confirmaram sob condição de anonimato os contatos com os governos somali e somalilandês, enquanto israelenses afirmam ter contatado os sudaneses. Representantes do Sudão disseram ter rejeitado as propostas dos EUA, enquanto os da Somália e da Somalilândia afirmaram não saberem de nenhum contato entre o governo americano ou israelenses com líderes locais. A Casa Branca e o gabinete de Netanyahu não quiseram se manifestar.

Os países escolhidos pelos americanos e israelenses estão entre os mais pobres do mundo. No ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) produzido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), que reúne dados de 193 países levando em consideração eixos como expectativa de vida, média de escolaridade e renda bruta per capta ajustada ao custo de vida, a Somália é a última colocada, com um IDH de 0,380. O Sudão aparece na posição 170, com um IDH de 0,516.

A declaração do americano fez com que os países árabes se movimentassem e declarassem apoio a um plano proposto pelo presidente egípcio Abdel Fatah el-Sissi para a reconstrução de Gaza no valor de US$ 53 bilhões, o que permitiria que os cerca de 1,8 milhões de habitantes que ainda vivem no local permanecessem no território. Grupos de ativistas pelos Direitos Humanos afirmaram que a proposta de Trump se configura como um “potencial crime de guerra”.

Como são as regiões procuradas pelos governos dos EUA e de Israel

O Sudão fazia, até 2020, parte de uma lista do governo americano de países que financiavam ações terroristas, mas foi retirada depois do Acordo de Abraão – uma série de tratados de normalização diplomática liderados pelo governo Trump e assinados entre Israel, Emirados Árabes Unidos, Bahrein e os sudaneses.

A relação entre os africanos e os israelenses pouco avançaram devido a uma guerra civil que o país mergulhou entre o governo e o grupo paramilitar RSF, acusado de genocídio em janeiro pelo ex-presidente americano Joe Biden.

Autoridades do país disseram à AP que a gestão Trump entrou em contato com a proposta antes mesmo de assumirem o comando do Executivo americano, oferecendo apoio diplomático e assistências contra a guerrilha e para reconstrução pós-guerra, o que foi rejeitado pelo governo local.

A Somália, por sua vez, tem se mostrado cada vez mais aliada à causa palestina. Protestos pacíficos em apoio a eles é visto frequentemente pelas ruas e o país passou a ingressar recentemente a cúpula dos árabes que rejeitaram a ideia estadunidense de realocação dos moradores de Gaza.

Já a Somalilândia é uma que pode recuar na ideia de receber os palestinos. A região se separou da Somália há mais de 30 anos, tem seu próprio governo, moeda e estrutura de segurança, mas não é reconhecida internacionalmente como um país independente e a Somália ainda a considera como parte de seu território. 

O atual governo tem como prioridade o reconhecimento internacional. Os EUA poderiam oferecer ao local o reconhecimento como país soberano em troca da abertura de seu território para a realocação dos palestinos. Um integrante do governo disse, também em condição de anonimato, que não foram procurados e não estão negociando nada do tipo com americanos ou israelenses. 



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