Zoológico de Goiânia recebe duas jiboias resgatadas

O Zoológico de Goiânia agora conta com uma nova atração na área dos répteis: duas jiboias da espécie Boa constrictor, resgatadas em situações distintas. Pesando 3,1 kg e 2,8 kg, uma das serpentes já está em um recinto que simula seu habitat natural, enquanto a outra passa por um período de quarentena para observação da saúde. 

A escolha dos nomes dos animais será feita por meio de uma votação no Instagram do Zoológico, com opções como Diogo, Zangado, Sneakespeare, Hórus, Zeus e Ninja.

O biólogo Diogo Amaral, que atua no Zoológico há uma década, explica que a primeira jiboia chegou à unidade no dia 19 de janeiro, vinda do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas). Resgatada durante um incêndio criminoso em uma área de vegetação, a serpente sofreu graves ferimentos. 

Após receber cuidados intensivos da equipe do Zoológico, recuperou-se rapidamente, mas, devido às cicatrizes, não pôde ser devolvida à natureza. “Ela seria um animal vulnerável em seu habitat natural. Mas é um animal saudável e, desde que chegou aqui, já se alimentou três vezes”, destaca.

A segunda foi encontrada em uma residência em Caldas Novas, onde era criada de forma clandestina. Resgatada pela polícia e encaminhada ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) de Catalão, a serpente desenvolveu um comportamento dócil, tornando inviável sua reintrodução na natureza. A previsão é que ela seja exposta ao público a partir do dia 20 de março, após o período de quarentena.

A espécie Boa constrictor não está ameaçada de extinção e pode ser encontrada em fazendas, sítios e galinheiros. As novas moradoras do Zoológico medem 1,5 metro e 2 metros de comprimento e não são peçonhentas, ou seja, não possuem veneno. Elas se alimentam de ratos, sapos e até mesmo outras cobras.

Diogo alerta que, ao encontrar uma jiboia, a pessoa não deve tentar capturá-la, mas sim acionar o Corpo de Bombeiros para a remoção segura do animal. Ele reforça que o Zoológico não resgata animais diretamente da natureza nem os recebe de civis. “Todos os animais encaminhados para cá passam primeiro por avaliação do Ibama. Se um animal tem condições de voltar ao seu habitat natural, ele é devolvido”, explica.

Os novos moradores são machos e dividirão o recinto com uma fêmea que já vive no local há um ano. Ela foi levada à unidade após ser atropelada e sofrer uma lesão na coluna, o que exigiu a inserção de seis pinos. Atualmente, o Zoológico abriga um total de 38 serpentes.

O local destaca que a presença das jiboias no recinto dos répteis tem um papel fundamental na educação ambiental. A instituição promove visitas guiadas e palestras para conscientizar o público sobre a importância da preservação dos habitats naturais e o combate ao tráfico de animais silvestres.

Além disso, o Zoológico colabora com o Ibama e outras entidades na reabilitação de animais resgatados e, quando possível, na reintegração à natureza. No caso das jiboias, o ambiente controlado do Zoo permite a observação de comportamentos naturais e o estudo de sua biologia, contribuindo para a pesquisa científica.

A votação para escolher os nomes das novas jiboias tem mobilizado a comunidade local. A interação com o público nas redes sociais fortalece o vínculo entre a população e a instituição, incentivando a conscientização sobre a proteção da fauna brasileira. A iniciativa não apenas oferece um lar seguro para os répteis resgatados, mas também sensibiliza a população sobre a importância de proteger a fauna silvestre.

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