PM infla número para evitar que ato esvaziado flope anistia


Há deputados e senadores que contam lorotas e meias verdades para influenciar os eleitores, mas a maioria racional deles usa fatos concretos para tomar suas próprias decisões. E as imagens deste 16 de março não mentem, o ato foi menor do que Bolsonaro esperava.

A oposição diz que já tem votos suficientes para aprovar a anistia na Câmara dos Deputados. No Senado Federal, ainda vai ter que lutar. Com a baixa pressão que veio das ruas, terão que lutar dobrado.

Vale lembrar que, mesmo se o Congresso aprovar a ideia e, depois, derrubar o provável veto de Lula, e a Procuradoria-Geral da República e o Supremo Tribunal Federal aceitarem essa loucura, ainda Bolsonaro vai precisar de outro milagre para estar com a cara estampada nas urnas eletrônicas que ele tanto odeia em 2026.

Afinal, ele está inelegível até 2030 por causa de duas condenações do Tribunal Superior Eleitoral por abuso de poder — incluindo a micareta em Copacabana de 7 de setembro de 2022. Então, terá que ver esquartejada a Lei da Ficha Limpa. Ou seja, terá que lutar pela impunidade da corrupção política no país. Não que não tenha o apoio de muito parlamentar, mas há certas coisas que são mais complicadas porque pegam mal. Mesmo no Brasil.

É cedo para dizer que isso significa uma perda de influência de Bolsonaro para convocar grandes manifestações. Uma pauta como anistia, ou seja, perdão por um crime, é algo que empolga menos do que uma agenda de crítica e de batalha. Se o ato fosse apenas pelo impeachment de Lula, talvez houvesse mais pessoas que desencanariam do domingo de sol e vestiriam o uniforme da CBF e

“A confusão na convocação se o ato incluiria ou não o impeachment, se ela seria só no Rio, se ela seria descentralizada, com idas e vindas, pode ter comprometido o poder de convocação. O processo de mobilização deles é bastante oscilante, mesmo se olharmos para as manifestações anti-Dilma, elas oscilaram bastante”, afirma Pablo Ortellado, professor de Políticas Públicas da USP e um dos coordenadores do levantamento.





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