Com o apoio de organizações ambientais, como o Instituto Ecótono e o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAR), a comunidade local plantou no ano passado sementes de 47 espécies nativas em um hectare desmatado próximo ao terreno, para que a nova floresta conecte os macacos a outras áreas verdes. A expectativa é que, daqui a cinco ou sete anos, a vegetação plantada tenha crescido até triplicar o espaço disponível para a família zogue-zogue.
– ‘Não podem atravessar’ –
O desmatamento, porém, não é a única ameaça. Do outro lado do terreno, os cinco macacos também se veem isolados pela elevação da água causada pela barragem de uma usina hidrelétrica, criticada por moradores.
“Antes, havia um riacho com árvores, mas a atividade da UHE Sinop, que faz parte de um complexo de quatro usinas, gerou um grande lago, que os macacos não conseguem atravessar”, explica Anthony Luiz, porta-voz do MAR, ao lado de uma superfície de água de 300 metros entre as duas margens.
“Além disso, a empresa cumpriu apenas 30% da supressão vegetal obrigatória antes de operar, e as árvores que deixou apodrecendo debaixo d’água matam os peixes”, acrescenta Luiz.
A Sinop Energia, empresa que opera a UHE Sinop, afirmou à AFP que a usina cumpre “todas as exigências legais e ambientais”, e que, “para garantir a estabilidade do ecossistema, mantém um monitoramento permanente da qualidade da água, da fauna aquática e terrestre e da regeneração vegetal na área de influência do reservatório”.