Auroras e radiação de tempestades solares em Marte: descobertas recentes

As manchas nesta cena foram causadas por partículas carregadas de uma tempestade solar que atingiram uma câmera a bordo do rover Curiosity Mars da NASA. O Curiosity usa suas câmeras de navegação para tentar capturar imagens de redemoinhos e rajadas de vento, como o visto aqui. NASA/JPL-Caltech

Eventos épicos causados pelas recentes tempestades solares foram observados na Terra, com auroras visíveis em várias partes do planeta no último mês. Essas tempestades, decorrentes do aumento da atividade solar, não só afetam nosso planeta, mas também Marte. Missões da NASA, como o rover Curiosity, têm monitorado os efeitos das tempestades solares em Marte, onde a atmosfera extremamente fina cria um ambiente de radiação potencialmente perigoso. Para futuras missões tripuladas ao planeta vermelho, é essencial entender melhor essa radiação e como ela é influenciada por eventos como tempestades solares.

Os efeitos das tempestades solares são visíveis na forma como afetam as câmeras do Curiosity. As partículas carregadas dessas tempestades atingem a câmera e criam manchas nas imagens, que são mais evidentes em animações. Duas animações do instrumento Câmera de Navegação (MSL) do Curiosity mostram as partículas carregadas, que se assemelham a neve ou estática na visão de Marte – confira no site Jet Propulsion Collaborator da NASA aqui e aqui.

Embora essas tempestades pareçam inofensivas quando vistas por instrumentos eletrônicos, se os astronautas estivessem na superfície do planeta durante uma tempestade solar, seriam expostos a uma dose de radiação de 8.100 micrograys, equivalente a 30 raios-X, conforme relatado pela NASA. Embora não seja suficiente para causar a morte, representa um pico significativo de radiação que levanta questões sobre como proteger os futuros astronautas.

Uma opção de proteção seria utilizar a própria paisagem marciana, buscando abrigo no subsolo. “Penhascos ou tubos de lava forneceriam proteção adicional a um astronauta contra eventos como esse. Na órbita de Marte ou no espaço profundo, a taxa de radiação seria consideravelmente mais alta”, afirmou Don Hassler, do Southwest Research Institute e pesquisador principal do instrumento Detector de Avaliação de Radiação do Curiosity. “Não seria surpreendente se essa região ativa do Sol continuasse a ter erupções, gerando mais tempestades solares na Terra e em Marte nas próximas semanas.”

A espaçonave da NASA em órbita ao redor de Marte também testemunhou os efeitos das tempestades solares na superfície do planeta. Algumas tempestades chegaram a danificar instrumentos, como uma das câmeras da Mars Odyssey, que ficou inoperante por cerca de uma hora. O orbitador Maven (Atmosfera de Marte e Evolução Volátil) também foi capaz de observar auroras sobre Marte, um fenômeno que ocorre de maneira diferente em relação à Terra, uma vez que Marte não possui um campo magnético global.

“Este foi o maior evento de partículas energéticas solares já registrado pelo MAVEN”, revelou Christina Lee, líder de clima espacial da MAVEN, da Universidade da Califórnia, Laboratório de Ciências Espaciais de Berkeley. “Vimos várias emissões solares nas últimas semanas, resultando em ondas contínuas de partículas atingindo Marte.”


Recomendações dos Editores




Adicionar aos favoritos o Link permanente.