Setor de TI cresce 5,2% no país e fatura R$ 754 bilhões – expansão é liderada por Ceará e SC

Com um faturamento de R$ 38 bilhões em 2023, o setor tech catarinense cresceu 7,6% frente ao ano anterior e já representa 7,5% do PIB do estado, aponta estudo do Observatório ACATE lançado no Startup Summit 2024. / Foto: Ricardo Wolfenbuttel/SECOM SC


[FLORIANÓPOLIS, 14.08.2024]
Redação SC Inova, com informações do Observatório ACATE

O setor de tecnologia no Brasil faturou R$ 754,9 bilhões em 2023, com um crescimento de 5,2% em relação ao ano anterior – e um acumulado de 23% desde 2020. O número reflete um aquecimento do mercado que teve três estados em destaque no ano passado: Ceará, Santa Catarina e Paraná, com altas de 7,8%, 7,6% e 5,5%, respectivamente.

Os dados foram apresentados pela Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE) na abertura no Startup Summit, em Florianópolis (SC). O levantamento faz parte do projeto Observatório ACATE, conta com dados coletados pela Neoway e informações extraídas de fontes públicas, e traz um panorama do segmento tecnológico de todo o Brasil e um recorte mais detalhado para Santa Catarina. 

A ampliação do faturamento reflete também na participação da tecnologia no PIB dos Estados. Amazonas, São Paulo e Santa Catarina lideram neste quesito de participação no PIB de cada unidade federativa. Com o maior número de empresas e principal centro econômico do país, inclusive na prestação de serviços e na indústria de tecnologia, São Paulo somou 11% do PIB com o segmento. Já o Amazonas atingiu 15,4%, com forte influência da Zona Franca de Manaus e os benefícios fiscais de décadas para que empresas direcionem indústrias na região. 

Com um ecossistema em crescimento e entre os estados com as maiores taxas de novas empresas no país nos últimos anos, SC alcançou 7,5% do seu PIB vindo do faturamento dos negócios de tecnologia. O estado do Sul tem atualmente o terceiro maior crescimento no número de empresas e conta com o sexto maior faturamento do país.

TI PODE REPRESENTAR 10% DO PIB DE SC EM 2030 

Com um faturamento de R$ 38 bilhões em 2023, o setor de tecnologia catarinense teve um crescimento de 7,6% em relação ao ano anterior. O estado possui 27,6 mil empresas no setor e foi eleito o segundo mais inovador do Brasil pelo Ranking IBID de Inovação e Desenvolvimento divulgado neste ano, o que tem feito a fatia da tecnologia no PIB ser cada vez maior. Representante do segmento e com mais de 1800 empresas associadas, a ACATE projeta que Santa Catarina terá 10% do PIB composto pelo setor até o ano de 2030.

“Em 1986 existiam cerca de 100 empresas de tecnologia em Santa Catarina, e hoje somos o terceiro estado do Brasil com maior número de companhias em relação ao número de habitantes, atrás apenas de São Paulo e do Distrito Federal. O crescimento é exponencial e ampliar a representatividade no PIB é um dos grandes objetivos, visto que somos um estado de muita diversidade na economia”, destaca o presidente da ACATE, Diego Brites Ramos.

CENÁRIO NACIONAL

Em nível nacional, São Paulo segue liderando com folga o ranking de estado com mais empresas de tecnologia: são 223 mil (em 2022 eram 194 mil), com um faturamento que soma R$352,2 bilhões por ano. O Rio de Janeiro ocupa a segunda posição, com 54 mil empresas e faturamento de R$64,9 bilhões.

Ranking do setor de tecnologia no Brasil (por número de empresas)

GERAÇÃO DE EMPREGOS

O relatório do Observatório ACATE traz também uma seção dedicada à geração de empregos na tecnologia. Conforme o levantamento, o total de colaboradores do setor de tecnologia brasileiro passou de 1 milhão, em 2021, para 1,1 milhão em 2022. Desses, cerca de 40% são do estado de São Paulo (436,5 mil colaboradores), seguido por Minas Gerais (8,9%), Rio de Janeiro (7,9%) e Santa Catarina (7,88%) — que se destaca proporcionalmente na concentração de profissionais por ter a menor população entre os estados citados.

A atratividade do setor para os profissionais fica clara quando o salário médio é colocado em comparação. Utilizando como base dados de Santa Catarina extraídos da RAIS, os trabalhadores da tecnologia possuem renda mensal média na faixa dos R$ 5 mil, contra R$3 mil na indústria, R$2,5 mil na construção e comércio e R$1,8 mil no setor de alojamento e alimentação.

Os dados completos estão disponíveis no site do Observatório ACATE 

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