Viveu mais de 30 personagens em palcos Brasil adentro – 26/02/2025 – Cotidiano


O palco era o lugar de Anderson Nascimento, espaço que ele dominava e que o fez ser conhecido em muitas cidades de Roraima. Mas palco para ele não era só os de grandes centros culturais. Ele gostava de levar seu teatro onde o público estivesse. Ocupou escolas públicas, praças, terreiros, aldeias e periferias.

Foram mais de 30 anos dedicados a dar vida a personagens. Esteve em cena com histórias lúdicas para crianças, como “A Bruxinha Que Era Boa” de Maria Clara Machado, até dramas adultos, como “O Santo Inquérito” de Dias Gomes. A peça “Gotas de Saberes”, dirigida por Márcio Sergino, com contos indígenas, lhe rendeu o prêmio de melhor ator no 16º Festival de Teatro da Amazônia.

“Era um ótimo ator e exímio contador de histórias. Uma pessoa extremamente alegre, fazia sempre as pessoas felizes. Onde ele chegava, o ambiente ficava cheio de alegria”, afirma Márcio Sergino, diretor teatral e gestor do Espaço Usina Cultura, em Boa Vista.

Seu talento também chegou às telas, em curtas e longas-metragens, além de ter narrado animações. Sua voz, notável, também está nos anúncios de início de espetáculos do Teatro Municipal de Boa Vista.

Anderson do Nascimento de Souza nasceu em Boa Vista, em 1971. Sua infância foi dividida entre o sítio e a cidade. Seu jeito brincalhão e comunicativo já indicava que seria artista.

No final dos anos 1980, foi morar no alojamento estudantil que o governo roraimense mantinha em Belém do Pará, onde terminou os estudos e passou a fazer teatro. Formou-se tecnólogo em processamento de dados no colégio Objetivo.

De volta para sua terra natal, trabalhou para a Secretaria de Planejamento do governo do estado. Depois, foi aprovado em um concurso municipal para cuidador de alunos e passou a se dedicar à educação.

Com a Companhia Arteatro e Usina Cultura, viajou o país com mais de 30 espetáculos. Sempre sorridente e amável, deixava muitas amizades por onde passava. O Grupo Baguetá, de Curitiba, publicou nas redes sociais que “Anderson emanava amor e entusiasmo. Seus olhos tinham um brilho que contagiava todo mundo ao seu redor”.

Assim como seus personagens, Anderson era intenso e dizia amar a vida.

O artista sofreu um acidente de moto no dia 30 de novembro, quando voltava de uma visita ao filho em Rorainópolis (RR). Teve morte cerebral no dia 11 de dezembro, aos 53 anos.

Deixa os filhos Caio, 26, e Ícaro, 24.

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