CARTA | Por um jornal e um partido cada vez mais fortes

O crescimento do trabalho do jornal A Verdade é um caminho seguro para o fortalecimento do partido e dos movimentos sociais. Em carta, brigadista conta: a atenção com a realização das brigadas, a escrita de matérias e o apoio ao desenvolvimento dos camaradas já trouxe frutos em várias regiões

Ignis Medina | Fortaleza (CE)


Não é novidade alguma a importância que os bolcheviques deram ao jornal de partido e o poder organizativo que esse instrumento trouxe à experiência soviética. Dito isso, é preciso que olhemos ao nosso redor e analisemos: fazemos o suficiente para construir um jornal e um partido leninista, camaradas?

“Mas o que se pretende com isso?”, o leitor pode pensar. Quando pensamos o papel do Pravda na revolução bolchevique, vemos que ele foi crucial de tal maneira que as próprias massas trabalhadoras ajudaram com a estruturação do jornal, conquistou-se uma enorme demanda do povo pela leitura de suas matérias e sua tiragem chegou à periodicidade semanal. Isso tudo em plena repressão czarista.

A realidade do Brasil exige um jornal de igual estatura, se não melhor. Em nosso país, trabalhamos cada vez mais, as leis trabalhistas estão sendo destruídas, as terceirizações são crescentes, a escala 6 por 1 é uma realidade corriqueira do nosso povo, quase 30% dos lares brasileiros enfrentam algum tipo de “insegurança alimentar” — nome burocrático para fome –, a cada poucos segundos uma mulher sofre algum tipo de violência, somos o país que mais mata pessoas trans no mundo por anos consecutivos e vemos uma crescente população em situação de rua todos os dias ao sairmos de casa.

O capitalismo brasileiro e mundial está em crise, e o nosso povo sente isso das formas mais profundas e brutais. É por isso, camaradas, que a Unidade Popular cresce em ritmo tão acelerado. Cada vez mais perde-se a esperança nesse sistema. Mas é tarefa do jornal A Verdade, construído por nós, de mostrar que há esperança e que há outro sistema, que será feito pelo próprio povos brasileiro: o socialismo.

O que os bolcheviques fizeram seria impossível sem a disciplina proletária. Em nosso caso, nada mais que justo que nossa ação siga a mesma linha para que alcancemos, por consequência, o mesmo resultado. Como vai a organização com nossas brigadas, nossa cotização e prestação de contas? Ela está organizada em cada cidade e cada estado que constrói o partido? Se não, vamos garantir uma análise, uma crítica e um planejamento para implementar uma organização de fato leninista.

Esse exemplo já é alcançado pela nossa militância em diversos lugares pelo país. Em Santa Catarina, a forte agitação feita pelos brigadistas do jornal A Verdade conseguiu mobilizar uma greve dos operários do setor pesqueiro, trabalho construído pelo Movimento Luta de Classes (MLC) e pela Unidade Popular (UP) em Itajaí. Há também o exemplo do Ceará, que realizou a maior brigada da sua história, vendendo 384 jornais nos locais de trabalho da União da Juventude Rebelião (UJR), mas que hoje tem dificuldade de mobilizar o mesmo número de vendas de jornal. Essas experiências provam que conseguimos desempenhar ótimos trabalhos quando damos mais atenção ao jornal.

É, mais do que nunca, necessário que o povo brasileiro quebre suas correntes, revolucione seu país e construa uma realidade de verdadeira liberdade. Ainda assim, a disciplina é uma das principais questões que impedem e atrasam o trabalho revolucionário. Não entendemos a pressa da corrida pelo mundo que ocorre a cada momento, com notícias à cada semana sobre a emergência climática que o mundo vive, as más condições que os trabalhadores passam, a fome, a morte, a guerra.

Ainda assim, disputamos essa batalha ideológica contra o individualismo e o comportamento liberal que nos é vendido cotidianamente pelo capitalismo. É, mais do que nunca, essencial que tomemos como exemplo os camaradas Che, Lênin, Manoel Aleixo, Manoel Lisboa e tantos outros que construíram sua disciplina com muita perseverança e, acima de tudo, muito amor ao povo.

Cada um de nós deve se ver como um representante do jornal em nosso bairro ou nossa cidade e como um agente político capaz de fazer denúncias e escrever sobre sua realidade local justamente por ser um morador. A tarefa e prática de escrever matérias não pode ficar para um ou outro camarada, mas sim ser compartilhada entre cada estudante, trabalhador, mulher, lutador dos bairros, todos nós! Quando deixamos de escrever, além de renegarmos a prática de uma atividade essencial dos comunistas, causamos sobrecargas a outros militantes. Ou seja, também é uma questão de disciplina e de nosso convencimento ideológico quando escrevemos ou não uma matéria.

Se vemos a venda do jornal como um termômetro do avanço dos revolucionários em nosso país, a participação nas brigadas também pode ser avaliada assim. Quantos filiados temos, em comparação com a participação nas brigadas? Um exemplo: às vezes, uma região tem trinta filiados, mas dez aparecem para a atividade. Nos animamos, já que dez pessoas participaram da brigada, mas esquecemos que vinte ainda não estão ganhas para nossas mobilizações.

Apesar disso, a responsabilidade de incentivar o aprofundamento da relação com o nosso jornal jamais pode ser individual. Sendo assim, é preciso que os núcleos da Unidade Popular e dos movimentos sociais manifestem a importância desse trabalho, parabenizando os camaradas que conseguirem desempenhá-lo bem e apoiando os que precisam de mais orientação. Devemos criar atividades que energizem a militância de base a participar mais da construção do A Verdade.

É com exemplos assim que poderemos começar a entender melhor a potência que o jornal tem em nossa mobilização e organização cotidiana. Com uma imprensa socialista mais forte, nosso partido alça vôo, levando com ele o Brasil para a revolução.

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