Mulheres são exemplo no esporte

Embora com tantas adversidades encontradas, as atletas brasileiras, durante os Jogos Olímpicos, mostraram que são verdadeiras lutadoras, trazendo para casa 12 das 20 medalhas conquistadas pela delegação em Paris.

Giovana Ferreira | Salvador


MULHERES – Entre os dias 26 de julho e 11 de agosto, ocorreram os Jogos Olímpicos 2024, sediados em Paris. Pela primeira vez na história, com participação feminina igual à masculina, entre os mais de 10 mil atletas que competiram. A criação dos Jogos Olímpicos é datada na história em 776 a.C na Grécia, com a exclusão das mulheres. Com a retomada, em 1896, a participação feminina permaneceu excluída, e foi permitida a partir de 1900, mas com presença menor do que 10% até 1948.

Por vivermos numa sociedade capitalista, onde o machismo oprime as mulheres todos os dias, são inúmeras as barreiras que enfrentamos para acessar e permanecer em diversos espaços, como no esporte. No Brasil, enquanto o Governo Federal entregou 43% do orçamento para o pagamento da dívida pública, o investimento para os esportes não passa de 1% ao ano. Ou seja, são migalhas para investir na infraestrutura esportiva, programas de incentivos nas escolas, auxílio técnico e médico, além dos recursos para o treinamento dos atletas.

Apesar desta realidade, foi registrada, de forma inédita na delegação brasileira, uma maioria feminina (154 mulheres e 123 homens). Porém, ainda é necessário lutar pela construção de políticas que incentivem mais mulheres a praticarem esportes e assegurem a atuação das atletas femininas nos jogos, a exemplo da existência de centros esportivos com estrutura de creche, amamentação e fraldário para as mães e suas crianças, assim como políticas de enfrentamento aos assédios e demais violências que as mulheres sofrem no dia a dia.

Embora com tantas adversidades encontradas, as atletas brasileiras, durante os Jogos Olímpicos, mostraram que são verdadeiras lutadoras, trazendo para casa 12 das 20 medalhas conquistadas pela delegação em Paris. Além disso, foram as mulheres na Ginástica Artística, com Rebeca Andrade; no Judô, com Bia Souza; no Vôlei de Praia, com a Ana Patrícia e Duda, que garantiram as três medalhas de ouro do nosso país.

No capitalismo, o esporte é tratado como mais uma forma de obtenção de lucro. Para isso, a burguesia incentiva a rivalidade entre as nações, ao mesmo tempo que fala em solidariedade e união. O maior exemplo que temos da solidariedade proletária e incentivo à prática de esportes, até hoje, é o da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), que assegurava nas instituições de educação boas escolas esportivas e infraestrutura impecável, de forma que, mesmo após mais de 30 anos do fim do socialismo no país, este ainda ocupa a segunda delegação com maior número de medalhas olímpicas na história, 1.010 no total.

Matéria publicada na edição nº 298 do Jornal A Verdade.

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