Como a Síndrome de Tarzan pode afetar relacionamentos? 

Ao longo dos últimos anos, são notórias as transformações significativas que os relacionamentos amorosos vêm sofrendo, refletindo novas dinâmicas emocionais.A Síndrome de Tarzan, termo que relaciona o comportamento humano ao famoso personagem que se balança de cipó a cipó, sem soltá-los, faz alusão a uma tendência crescente que vem sendo observada, onde pessoas iniciam novos relacionamentos antes de concluir emocionalmente o anterior.

Segundo a psicóloga Irene Rocha, a Síndrome de Tarzan atinge pessoas que são emocionalmente dependentes, inseguras e possuem “um medo terrível de compromisso”.Veja também: Homem finge ser cliente e rouba R$ 3 mil via Pix de lojistaVeja: A Policlínica de Marabá está quase pronta!Populares encontram ossada humana às margens de rodoviaO medo da solidão e a incapacidade de digerir o término fazem com que a pessoa sinta a necessidade de buscar rapidamente por um novo parceiro, possibilitando a repetição de padrões disfuncionais e dificultando o autoconhecimento.Especialistas analisam a lógica do consumo nos relacionamentos e dão dicas para relações saudáveisEm tempos de redes sociais e interações digitais, os relacionamentos amorosos estão se tornando cada vez mais influenciados pela lógica do consumo. De acordo com Liliana Seger, psicóloga da USP, essa tendência leva as pessoas a procurarem parceiros da mesma forma que buscam produtos em prateleiras de supermercados, priorizando aparências e popularidade nas redes em detrimento de conexões emocionais genuínas.”As pessoas começam a se relacionar pensando em quantos likes terão juntos nas redes, o que as desconecta dos sentimentos do outro. Assim como o consumo está exagerado, os relacionamentos viraram produtos também”, explica Liliana.Esse comportamento, segundo a psicóloga, resulta em relações superficiais e com pouca tolerância ao conflito. Ela observa que, com a facilidade das interações digitais, a sensação de “estar perdendo algo” é maior, o que incentiva a desistência de relacionamentos ao menor sinal de incompatibilidade.”As pessoas estão desaprendendo a olhar nos olhos e conversar. Ficou tudo líquido, como diria Bauman”, comenta, em referência ao sociólogo Zygmunt Bauman, autor do livro “Amor Líquido”, que discute a fragilidade das relações contemporâneas.Como fazer boas escolhas em relacionamentos?A psicanalista Vera Cristina sugere que os acordos nos relacionamentos devem ser “escritos a lápis”, em constante revisão conforme a dinâmica entre o casal evolui. “Ouvir o outro sobre suas demandas e aceitar ou não essas demandas é fundamental para um relacionamento saudável”, afirma.A psicóloga Andrea Lorena acrescenta que a comunicação assertiva é crucial. Segundo ela, é importante que o casal reconheça que existem desejos individuais e coletivos, e caso uma das partes esteja insatisfeita, o primeiro passo é investigar internamente a origem do descontentamento antes de trazer a conversa para a relação.”O descontentamento muitas vezes não está no modelo de relacionamento, mas nas expectativas e valores depositados nele”, conclui Andrea.Como lidar com ciúmes e insegurança?Andrea Lorena recomenda trabalhar aspectos como posse, necessidade de controle e autoestima para minimizar o ciúme nas relações. Além disso, ela ressalta a importância de eliminar padrões de comportamento tóxicos, como desrespeito e manipulação, para fortalecer vínculos amorosos saudáveis.Com informações do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IPUSP).

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