Estudantes na Índia boicotam Google e Amazon devido ao Projeto Nimbus

Mais de 1.100 estudantes e jovens trabalhadores se comprometeram a não aceitar empregos ou estágios no Google e na Amazon devido ao seu envolvimento no Projeto Nimbus, um contrato de 1,2 bilhão de dólares entre os gigantes da tecnologia e o governo israelense. Os estudantes aderiram a uma campanha liderada pela No Tech for Apartheid (NOTA), uma coalizão de trabalhadores da tecnologia que exige que as grandes empresas encerrem sua associação com Israel.

Estudantes se recusam a trabalhar no Google e na Amazon até saírem do Projeto Nimbus

Anunciado em abril de 2021, o Projeto Nimbus é uma iniciativa do governo israelense para capacitar agências governamentais, incluindo militares, com tecnologias de última geração. No âmbito deste projeto, Google e Amazon fornecem às agências serviços e infraestrutura de computação em nuvem, incluindo IA. Embora tenha sido mais um acordo comercial para as empresas, o conflito israelo-palestino tornou o contrato controverso.

Os críticos afirmam que Israel utiliza as tecnologias do Google e da Amazon para coleta ilegal de dados e vigilância dos palestinos a fim de auxiliar nas operações militares na região. Organizações como NOTA, acionistas de empresas e funcionários desejam que as grandes empresas de tecnologia cancelem o contrato. Isso resultou em protestos massivos nos escritórios do Google em abril, levando a empresa a demitir dezenas de funcionários envolvidos nos protestos.

Nesse meio tempo, a NOTA lançou uma campanha instando os alunos de STEM (ciências, tecnologia, engenharia e matemática) a evitar ingressar no Google e na Amazon. Estudantes e jovens trabalhadores podem assinar um compromisso online para demonstrar seu apoio. Até o momento da redação deste texto, 1.134 estudantes de mais de 120 universidades ao redor do mundo assinaram o compromisso. A meta inicial é alcançar 1.200 assinaturas, então a NOTA está muito próxima de atingir seu objetivo.

“Como jovens e estudantes em STEM e além, nos recusamos a participar desses abusos horríveis. Estamos aderindo à campanha #NoTechForApartheid para exigir que a Amazon e o Google encerrem imediatamente o Projeto Nimbus”, diz parte do compromisso. A NOTA alega que a Amazon e o Google estão “fornecendo algumas das infraestruturas digitais críticas que alimentam a máquina de matar de Israel”.

As empresas de tecnologia são dois dos maiores empregadores de graduados em STEM

Estudos demonstram que o Google e a Amazon são dois dos maiores empregadores de graduados em STEM em todo o mundo. Por meio desta campanha, a NOTA busca desestabilizar o pipeline de talentos das empresas nos campi universitários. A organização conta com ativistas do movimento popular muçulmano MPower Change e do grupo de defesa Jewish Voice for Peace. “Em meio ao genocídio em curso em Gaza, é mais importante do que nunca que as empresas que fazem negócios com o governo do apartheid de Israel paguem o preço por seu papel no fomento de atrocidades em massa”, afirmou a NOTA.


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