Polícia investiga execução de delator do PCC em aeroporto de São Paulo

Uma força-tarefa apura a execução de Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, delator do Primeiro Comando da Capital (PCC). O crime ocorreu na sexta-feira (8), no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. O objetivo das investigações é entender como os executores obtiveram informações exatas sobre o horário e o local de chegada do empresário.

A investigação examina a lista de passageiros do voo que trouxe Gritzbach do Nordeste para São Paulo. A hipótese é que alguém entre os passageiros possa ter informado aos assassinos detalhes precisos do desembarque do empresário. As autoridades buscam possíveis suspeitos que possam ter fornecido as coordenadas que facilitaram o ataque.

Imagens de câmeras de segurança do aeroporto de Maceió, onde o voo se iniciou, também estão sendo analisadas. Os investigadores querem identificar pessoas com quem Gritzbach tenha conversado antes do embarque. A ideia é entender se algum contato realizado no terminal de origem teria contribuído para o repasse de informações aos executores.

De acordo com um integrante do governo de São Paulo que acompanha o caso, diversas pessoas tinham interesse na morte de Gritzbach. Entre os interessados, estão policiais mencionados nas delações e integrantes do próprio PCC, segundo as apurações iniciais. Além disso, a polícia avalia a possibilidade de participação de uma terceira pessoa, que entregou ao empresário joias avaliadas em R$ 1 milhão.

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A polícia trabalha com três linhas principais de investigação sobre os possíveis mandantes. O PCC, os policiais mencionados nas delações de Gritzbach e o responsável pelo envio das joias. Estas joias foram entregues ao empresário em uma viagem anterior e constituem um dos pontos centrais das apurações.

Gritzbach já havia sido jurado de morte pelo PCC. Ele era réu, acusado de ordenar a morte de Anselmo Becheli Santa Fausta, conhecido como “Cara Preta”, um dos chefes do PCC. Cara Preta, de acordo com a Polícia Civil, contratava os serviços do empresário para atividades de lavagem de dinheiro.

Outro indício relacionado a Gritzbach é um depósito bancário no valor de R$ 10 mil. O dinheiro foi enviado para a conta de um agente penitenciário chamado David. Segundo o Ministério Público, esse agente teria sido o elo entre Gritzbach e Noé Alves Schaun, apontado como executor de Cara Preta em dezembro de 2021.

Uma investigação prévia sugere que a execução de Cara Preta se deu devido a um desentendimento financeiro entre ele e Gritzbach. Uma soma de aproximadamente US$ 100 milhões, pertencente a Cara Preta, teria desaparecido após ser confiada ao empresário. Gritzbach negou envolvimento no homicídio, mas admitiu sua atuação nos esquemas de lavagem de dinheiro.

Em 2023, Gritzbach foi denunciado por lavagem de dinheiro e financiamento de facção criminosa. A denúncia foi apresentada pelo Gaeco, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado. Segundo a Promotoria, Gritzbach teria utilizado recursos do PCC para a compra de imóveis no condomínio Riviera de São Lourenço, no litoral paulista.

A Promotoria afirmou que os valores utilizados na aquisição desses imóveis pertenciam a Cláudio Marcos de Almeida, conhecido como “Django”, integrante de alto escalão do PCC. Gritzbach teria indicado familiares como “laranjas”, registrando os imóveis em nome deles para ocultar a verdadeira propriedade, pertencente a Django.

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