Greve iminente ameaça transporte coletivo em Goiânia e região

A partir da próxima sexta-feira (28), Goiânia e Região Metropolitana podem enfrentar uma paralisação total do transporte coletivo. O indicativo de greve foi apresentado nesta segunda-feira (24) ao Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano e Passageiros de Goiânia (SET), após meses de negociações frustradas. Se iniciada, a greve pode atingir mais de 2 milhões de passageiros que utilizam o serviço diariamente.

Conforme apresentado pelo Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores do Transporte Coletivo e Urbano de Goiânia e Região Metropolitana (Sindicoletivo), as negociações se arrastam desde dezembro do ano passado, sem que houvesse avanços. Os trabalhadores exigem um reajuste salarial de 15%, além de um aumento de 20% no valor do ticket alimentação. A proposta do SET, de 4,5% de aumento imediato e mais 2% em setembro, foi rejeitada pela categoria.

“A proposta não dignifica o trabalhador, considerando os subsídios recebidos pelas empresas do governo estadual e das prefeituras municipais que tem os serviços de transporte coletivo”, afirmou Sérgio Reis, diretor do Sindicoletivo.

Em entrevista exclusiva para o jornal O HOJE,o presidente do Sindicoletivo, Carlos Alberto Luiz dos Santos, disse que os trabalhadores do setor acham insignificante o valor ofertado na última reunião. “O que a gente vê, o motivo muito certo para a gente não querer aceitar apenas 6%”, argumentou.

Segundo ele, hoje, as empresas recebem do usuário os mesmos R$ 4,30, mas recebe  cerca de 5 reais do governo por cada passageiro transportado. “Isso dá um valor de 118% de aumento em cima da passagem de R$ 4,30 e o nosso salário de 2020 para cá acho que não subiu 22%. Ainda há uma disparidade muito grande, não tem sentido transporte público, coletivo público ser apenas para satisfazer os patrões”, explicitou Carlos. 

Apesar do indicativo de greve, Reis acredita que as empresas devem se sensibilizar com as demandas e reverter o quadro até a próxima sexta-feira (28). “A semana está grande, nós temos três dias de negociação. Os trabalhadores de maneira nenhuma querem executar a greve, por mais que ela tenha sido deflagrada”, pontua.

Entretanto, caso não haja acordo, a greve será deflagrada e os motoristas do transporte coletivo da Região Metropolitana de Goiânia cruzarão os braços a partir do dia 28. “Entendemos que haverá um bom entendimento por parte da patronal e chegaremos a um acordo. Caso não chegue, a população saberá que à meia-noite da sexta-feira, o transporte coletivo estará de greve”, destaca Reis.

A expectativa é de que as negociações avancem nos próximos dias para evitar a paralisação, que traria grandes transtornos para os usuários do transporte público na capital e região metropolitana.

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