Goiás lidera número de cirurgias de redesignação sexual no Brasil

Goiás se destaca como o estado que mais realizou cirurgias de redesignação sexual no país, de acordo com dados do DataSUS. Entre dezembro de 2023 e outubro de 2024, o Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG) realizou 26 procedimentos desse tipo, superando todas as outras unidades de saúde do Brasil.

O Rio de Janeiro ocupa a segunda posição no ranking, com 17 cirurgias no mesmo período, seguido pelo Rio Grande do Sul, que contabilizou 10 procedimentos. A redesignação sexual é um procedimento médico que ajusta as características genitais ao gênero com o qual a pessoa se identifica.

Referência nacional no atendimento à população trans

O HGG se consolidou como o principal centro de referência para a população trans no Brasil. O hospital abriga o Serviço Transexualizador mais bem estruturado do país, oferecendo atendimento especializado e acompanhamento multiprofissional para transexuais e travestis. Além disso, o Ministério da Saúde habilitou a unidade para operar o Serviço Transexualizador – Ambulatório TX, garantindo suporte psicológico antes e após os procedimentos cirúrgicos.

Expansão da hormonioterapia

Durante as celebrações do Dia Nacional da Visibilidade Trans, nesta quarta-feira (29), a Secretaria de Estado da Saúde (SES) anunciou que o HGG ampliará seus serviços e passará a fornecer gratuitamente medicamentos para hormonioterapia à população trans. O atendimento contará com suporte farmacêutico especializado para garantir um acompanhamento seguro e eficaz.

A hormonioterapia desempenha um papel fundamental no processo de transição de gênero, auxiliando na adequação do corpo à identidade de gênero desejada. No entanto, o uso desregulado de hormônios pode gerar complicações sérias, como sobrecarga hepática e osteoporose, tornando essencial o acompanhamento médico.

Goiás registra aumento na retificação de gênero

Além do avanço na área da saúde, Goiás também tem se destacado pelo crescimento no número de retificações de gênero em documentos oficiais. Em 2024, 80 pessoas alteraram o gênero nos registros civis, representando um aumento de 70% em relação ao ano anterior, quando foram registradas 47 mudanças. Desde 2018, esse crescimento já chega a 196%.

O direito de modificar nome e gênero diretamente nos cartórios, sem necessidade de laudos médicos, cirurgias ou decisão judicial, foi assegurado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e regulamentado pelo Provimento nº 73 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Os dados apontam que, em 2024, 53 pessoas realizaram a mudança de masculino para feminino, um aumento expressivo de 178% em comparação a 2023. Já as alterações de feminino para masculino totalizaram 27 registros, refletindo um crescimento de 8%.

Para solicitar a alteração, é necessário apresentar documentos pessoais, comprovante de endereço e certidões exigidas, além de passar por uma entrevista com o oficial de registro.

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