Sábado de homenagens e apresentações artísticas na Praia da Saudade.

Cerca de 60 pessoas participaram de evento ocorrido no estacionamento do antigo restaurante Tritão.

Fotos Petra Mafalda/Mafalda Press

Final de semana em Coqueiros foi marcado pela emoção. Comunidade que participou de mais uma ação do Movimento Ocupação Cultural, na Praia da Saudade, prestou uma bonita homenagem ao pescador Maurício Domingues, mais conhecido por Mico, falecido em 15 de fevereiro.

Além dos depoimentos da família e de amigos, foi lançada a ideia de batizar o estacionamento do antigo restaurante Tritão de “Largo Maurício Domingues (Mico)”. Para tanto, foi confeccionada uma placa como modelo e fixada no muro do estacionamento.

“A alegria dele era o mar”, lembrou emocionada a mãe, dona Carmem, ao lado do filho Luiz Henrique Domingues, do neto Peterson Domingues, filho de Maurício, e dos demais familiares (leia mais no final do texto).

Presente ao encontro, a Associação dos Moradores de Coqueiros – Pró-Coqueiros – se comprometeu a levar o assunto para uma reunião com a comunidade e debater as formas legais de concretizar o pedido em chamar o espaço com o nome do pescador.

ACROBACIAS

No local, também houve apresentação de acrobacias aéreas em tecido suspenso, coordenadas pela enfermeira, professora e dançarina Carolina Parucce Franco. A atividade atraiu moradores dos 4 aos 80 anos que também puderam se exercitar e testar habilidades com o tecido.

O evento foi promovido pelo Grupo Ocupação Tritão, movimento que luta para manter como pública a área do estacionamento do antigo restaurante, na Praia da Saudade. A próxima ação deverá ocorrer em 15 de março, com uma limpeza do espaço.

MORTE PREMATURA

Falecido aos 52 anos, Maurício pescava desde pequeno seguindo a tradição do pai e do avô. “Era um bom filho e pai guerreiro de quatro filhos. Tirava do mar o sustento da família e conhecia cada pedaço da Praia da Saudade”, lamentou a mãe, dona Carmem Lúcia da Costa Domingues, mãe de seis filhos e viúva há 15 anos de Adilson Domingues.

Maurício, nascido na Colônia de Pescadores, ao lado do Tritão, faleceu em consequência de uma leptospirose. Foi uma morte prematura e inesperada já que tudo aconteceu em cerca de uma semana. De acordo com a família, ele deu entrada no Hospital Florianópolis na terça-feira, dia 11 de fevereiro, com queixas de dores no corpo, de cabeça, náusea e febre.

O médico diagnosticou sintomas de dengue e, segundo a família, sem solicitar qualquer exame, mandou ele tomar um remédio e voltar pra casa. Dois dias depois, voltou ao hospital com dores mais fortes, e foi internado na UTI. “E dali não saiu mais”, diz o filho Peterson e a esposa Cristina Rodrigues.

Eles levaram o caso à apreciação do setor jurídico da Associação dos Pescadores por defenderem falta de cuidados médicos do hospital. “Foi total negligência. Sei que meu pai não vai voltar, mas que a nossa atitude sirva de exemplo para casos semelhantes não acontecerem mais”, afirma Peterson, de 26 anos, avisando que, mesmo sem o pai, vai continuar pescando e mantendo a tradição da família.

GALERIA

Fotos Divulgação/Grupo Ocupação Tritão

Foto Petra Mafalda/Mafalda Press

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