Beth Goulart, 64, fala sobre etarismo e a perda dos pais – 07/03/2025 – Celebridades


São Paulo

Para uma pessoa tão ligada à família, pode-se dizer que a vida de Beth Goulart, 64, sofreu recentemente dois baques difíceis de lidar. Em um intervalo de seis anos, ela perdeu o pai e a mãe. Em 2014, morreu ator Paulo Goulart. Câncer. Em dezembro de 2020, viu-se sem a mãe, a atriz Nicette Bruno, vítima de complicações da Covid. Beth não esmoreceu.

Ela conta que a partir daquele momento, precisou vestir uma espécie de armadura para tentar manter-se forte e superar os traumas, sobretudo o da mãe, que em apenas 21 dias foi da vida saudável à morte.

“As perdas impulsionaram uma descoberta de uma força interior que até então eu desconhecia. A morte te faz encarar o espelho e amadurecer profundamente. Parte do aprendizado. A saudade fica, mas a presença deles dentro de mim me fortalece”, diz.

Segundo ela, o trabalho mental foi importante para que compreendesse todo o processo da existência no mundo. E a arte também foi fundamental para que ela pudesse ultrapassar os empecilhos.

Como gosta de dizer, “a arte cura e salva”. A homenagem feita aos pais consta no livro “Viver é uma arte: transformando a dor em palavras”, em que relata as histórias de amor e de família com os progenitores.

Nesse Dia da Mulher, comemorado na sexta-feira (8), a atriz, que celebra 50 anos de carreira, se diz cada vez mais forte em sua caminhada. “Deveríamos comemorar todo dia, pois temos força dentro da sociedade. Ter um dia significa respeitar e valorizar a importância do poder feminino”, avalia.

Beth Goulart reforça que se considera “feminina e feminista” e conta que faz parte de um grupo chamado Mulheres do Brasil cujo lema é confiar na capacidade da mulher em ajudar positivamente numa mudança da sociedade, de modo que todos se organizem para contribuir para um país mais justo.

“Não sou contra os homens, pelo contrário, a força feminina é equilibrada com a força masculina. Mas na sociedade existe um desequilíbrio. Poderíamos ter mais mulheres no poder”, completa.

A artista diz ser vaidosa, sensível e delicada, mas que não é adepta dos procedimentos estéticos por gostar de se ver como é no espelho. “Eu gosto da passagem do tempo de forma natural, mas não condeno quem faça. Cuido do corpo, da saúde, caminho, faço pilates, medito.”

Apesar disso, conta sofrer com etarismo, sobretudo para trabalhos na TV. “Claro que isso me afeta, estou com 64 anos e se tivesse mais convites hoje eu diria que não existe, mas não é isso o que ocorre. O Brasil ainda vai entender que o tempo passa e que é preciso reverenciar quem veio antes”, avalia.

Reservada quanto à vida pessoal, a atriz conta que evita expor nas redes sociais o que acontece com ela. “Uso minhas redes como espaço de divulgação do trabalho e das minhas ideias. Assim, não preciso expor minha intimidade para ganhar mais likes”, opina.

E por falar em trabalho, a artista, que também é diretora de teatro e dramaturga, se prepara para voltar com uma peça sobre Clarice Lispector após 10 anos. Em cartaz do dia 14 até 30 de março no Teatro Prio, no Rio de Janeiro. Ela também projeta o lançamento de um novo livro e a volta ao cinema. “Sou meio Zeca Pagodinho: ‘Deixa a vida me levar…'”



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