Ação social mobiliza água filtrada aos moradores do Combu 

Próximo a realização da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), os moradores da ilha do Combu não têm acesso a água potável. Diante deste cenário, na manhã desta terça-feira (20), o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e Cooperativa Mista da Ilha do Combu (Coopmic) se uniram com outras organizações, como o Saúde e Alegria e o Startup Composta Belém para viabilizar o acesso à água de qualidade através da implementação de filtros de baldes na ilha do Murucutú. A tecnologia social que purifica a água, foi trazida pela Water is life, uma organização humanitária global focada em garantir o acesso à água potável.Inicialmente, 300 famílias serão beneficiadas neste mês de agosto com a tecnologia. No entanto, ainda há famílias na região que necessitam de acesso à água potável. A expectativa é alcançar cerca de 2000 famílias. Para expandir o alcance desta ação, as organizações buscam parceiros que possam contribuir para a ampliação do projeto. Essa tecnologia vai mudar a vida de Lucíola Rodrigues, moradora do Murucutú, precisa percorrer cerca de dez minutos de barco até chegar ao “Poço”, local onde as famílias moradoras da região retiram água mais apropriada para o consumo, entretanto, devido a contaminação dos lençois freáticos não se sabe de fato se esta água é realmente boa para o consumo.

Essa atividade faz parte do conjunto de ações que o MAB desenvolve na região metropolitana de Belém (PA) com o objetivo de colaborar para a construção de um processo organizativo das comunidades atingidas pela falta de água potável, como explica Cleidiane Vieira, integrante da coordenação do MAB. “Essa ação dos filtros é para atender uma demanda urgente dos moradores da Ilha do Combu, que é ter acesso a água com qualidade. As ações do filtro vêm para atender essa demanda latente, mas o nosso propósito é organizar as famílias daqui da região para buscar por uma política pública e obter mais estrutura. Nós buscamos parcerias aqui na região para ir desenvolvendo tecnologias que amenizam a situação, mas também gerar organização, porque nós sabemos que só com a mobilização social nós conseguimos, de fato, implementar políticas públicas efetivas que geram qualidade de vida para a população. E ter acesso a água e ter acesso à Vida”, finaliza Cleidiane.Conteúdo RelacionadoTour de experiência mostra potencial e encantos do CombuPará destaca ações voltadas para a COP 30 durante evento em BrasíliaAlok dará início à COP 30 com mega show gratuito em BelémO FiltroNo contexto da crescente necessidade de garantir o acesso universal à água potável, especialmente em regiões vulneráveis, a Water is Life, em colaboração com diversas instituições, realizou esta ação nas comunidades das ilhas da região de Belém, incluindo Murucutú. Esta iniciativa tem como objetivo capacitar as lideranças comunitárias e as famílias locais no uso de uma tecnologia inovadora: o Filtro de Balde.“O filtro de baldes traz um impacto imediato na saúde das pessoas, principalmente das crianças que são as que mais sofrem com a contaminação da água. Então, através do dos Filtros da Water is Life as pessoas podem ter acesso a água potável e saúde e bem. Crianças saudáveis podem, nos estudos, né? E assim ter um desenvolvimento, uma melhor economia melhor”, explica, Baruk Bendito.A partir de 20 de agosto de 2024, serão realizadas capacitações nas comunidades, com foco no uso da tecnologia do Filtro de Balde. Essa tecnologia, desenvolvida pela Water is Life, utiliza uma membrana de ultrafiltração de 0,1 micron, capaz de reter 99,99% de vírus, bactérias e impurezas da água. A instalação é simples e rápida, e a manutenção fácil, garantindo água potável por anos, graças à capacidade de retro-lavagem do filtro. Com uma vazão de 1 litro por minuto, o filtro é capaz de atender as necessidades de uma família inteira.A realização desta ação conta com a parceria de diversas organizações e instituições dedicadas à melhoria das condições de vida nas comunidades amazônicas, como o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), um movimento social brasileiro, com 33 anos quem tem o objetivo de organizar os atingidos pela construção de barragens para a defesa de seus direitos e, atualmente, também trabalha com as populações chamadas de atingidas pelo clima. A Water is Life, Organização humanitária global focada em garantir o acesso à água potável, Saúde e Alegria, organização com mais de 35 anos de atuação na Amazônia, promovendo saúde, desenvolvimento econômico, educação e defesa do meio ambiente, Composta Belém, um Startup de impacto socioambiental que busca soluções sustentáveis.Para Jussara Salgado, que trabalha no projeto Saúde e Alegria, na coordenação do Programa de Infraestrutura Comunitária, a importância de ações colaborativas como esta é a possibilidade de levar água apropriada para o consumo para as populações da Amazônia. “Nossa região vive um cenário contraditório quando a quando o assunto é acesso à água, né? As famílias não possuem acesso, principalmente as que estão localizadas em territórios tradicionais.Então, a gente tá trazendo uma tecnologia simplificada por meio de uma ação colaborativa entre várias organizações que se juntaram para atuar para uma atuação em rede”, finalizou.

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