Izquierdo jogou com Suárez e viu filho nascer antes da morte

Há exatos 20 anos, o futebol brasileiro se viu em luto com a morte trágica de Serginho, zagueiro do São Caetano, que desabou no gramado do Morumbi durante uma partida e não resistiu a uma parada cardiorrespiratória. O episódio chocou torcedores e jogadores, levantando questões sobre a segurança dos atletas em campo. Agora, duas décadas depois, o estádio paulistano foi novamente palco de uma tragédia similar: o uruguaio Juan Izquierdo, defensor do Nacional-URU, sofreu um mal súbito durante uma partida pela Copa Libertadores, deixando o esporte sul-americano em estado de consternação.Na noite da última terça-feira (27), o jogador de 27 anos faleceu em em decorrência do mal súbito sofrido durante a partida contra o São Paulo, pela Copa Libertadores, na última quinta-feira (22). Izquierdo estava internado na UTI do Hospital Israelita Albert Einstein desde o incidente, mas não resistiu. O zagueiro, que vestia a camisa 3 do Nacional, era casado e deixa sua esposa, Selena, e dois filhos pequenos, um dos quais nasceu poucos dias antes de sua morte, em 16 de agosto. CONTEÚDO RELACIONADOMorre Juan Izquierdo, lateral do Nacional, aos 27 anosJogador da Nacional-URU está em estado crítico no BrasilPartida do Nacional é adiada após susto com lateral IzquierdoDurante o segundo tempo do confronto no Morumbi, Izquierdo caiu sozinho enquanto caminhava próximo ao meio de campo. As equipes médicas dos dois times prontamente prestaram os primeiros socorros, e o jogador foi levado de ambulância ao hospital. Em nota, o hospital informou que Izquierdo sofreu uma parada cardíaca devido a uma arritmia e foi submetido a manobras de ressuscitação cardiopulmonar, incluindo desfibrilação.Quer mais notícias de esportes? Acesse o canal do DOL no WhatsApp.Nos dias que se seguiram, a condição de Izquierdo se deteriorou, com os médicos relatando uma progressão no comprometimento cerebral e um aumento na pressão intracraniana. A morte foi confirmada pelo Nacional no início da noite desta terça-feira, com o clube expressando suas condolências à família e amigos do atleta.CARREIRA E PARCERIA COM SUÁREZJuan Izquierdo começou sua carreira no Club Atlético Cerro, em Montevidéu, e rapidamente se destacou no futebol uruguaio. Ele conquistou títulos importantes, como o Campeonato Uruguaio e a Supercopa Uruguaia, defendendo o Nacional e o Liverpool de Montevidéu. Com passagens por outros clubes como Peñarol e Montevideo Wanderers, Izquierdo somou mais de cem partidas no Campeonato Uruguaio, além de uma breve experiência no futebol mexicano.Em 2022, retornou ao Uruguai para defender o Nacional, onde foi campeão ao lado de Luis Suárez. Neste ano, ele estava atuando como reserva da equipe, mas em 2023 foi um dos pilares do Liverpool-URU na surpreendente conquista do Campeonato Uruguaio, que garantiu a equipe na Libertadores de 2024.HOMENAGENS E REPERCUSSÃOA morte de Izquierdo causou uma comoção no mundo do futebol. Luis Suárez, durante uma partida pelo Inter Miami, homenageou o compatriota, enquanto os jogadores do São Paulo entraram em campo com uma camisa estampando a frase “força Izquierdo” em um jogo pelo Campeonato Brasileiro.Meia do Flamengo, o uruguaio Nicolás de la Cruz, que jogou ao lado de Izquierdo nas categorias de base do Liverpool do Uruguai, usou suas redes sociais para se despedir do amigo. Ele publicou uma foto antiga com Juan, quando ambos ainda eram crianças, e escreveu uma mensagem carregada de emoção: “Voa alto, meu negro. Meus pêsames e forte abraço à família nesse momento tão difícil. Nós soubemos rir por muito tempo e com essa bonita alegria vou lembrar de você, negão.”

CASO LEMBRA MORTE DE SERGINHOO incidente trágico de Izquierdo faz ecoar outra fatalidade ocorrida no Morumbi há quase 20 anos. Em 2004, o zagueiro Serginho, do São Caetano, sofreu uma parada cardiorrespiratória durante um jogo contra o São Paulo e faleceu pouco depois. O episódio de Serginho marcou profundamente o futebol brasileiro, destacando a necessidade de cuidados médicos rigorosos nos estádios.A morte de Izquierdo, assim como as de Serginho e Miklós Fehér, reacende a discussão sobre a segurança dos atletas e a importância de protocolos de emergência eficazes. Situações como estas lembram a fragilidade da vida e a responsabilidade que todos no esporte têm em garantir o bem-estar dos jogadores dentro e fora de campo.VEJA MAIS:

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