Dançar é terapêutico! Veja os benefícios para saúde e corpo

Que a dança é uma forma de relaxar todo mundo já sabe. Mas o que poucos sabem é que ela transforma nosso modo de sentir e pensar, eleva a autoestima e é uma linguagem universal.“A dança é fundamental para o indivíduo, ela agrega fatores essenciais como a melhora da sociabilidade, autocontrole e disciplina. A dança é um poderoso instrumento para a melhoria da qualidade de vida, sabemos que para a neurociência a dança é um exercício perfeito, muito eficaz para saúde física e mental”, destaca o professor Marcelo Thiganá, que atua na dança de salão há 39 anos e já teve mais de 22 mil alunos em cursos que ministrou pelo mundo.A dança de salão, área de atuação de Thiganá, vem evoluindo e acompanhando as transformações sociais, hoje qualquer pessoa pode e dever ter a liberdade de praticar a dança.“Sabemos que o preconceito é existente, porém combatemos com veemência este tipo de manifestação. A dança é para todos os seres humanos: magros, gordos, baixos, altos, brancos ou pretos, qualquer gênero e de qualquer escolha deste ser, todos são bem-vindos à prática. O respeito é uma das melhores formas de democracia”, diz Thiganá.

Além dos fatores físicos e sociais, a dança tem um papel fundamental para a cultura. No Pará, por exemplo, a dança é enraizada, o povo por aqui é amante da dança.“O povo amazônico é muito livre, porém especificamente falando do Pará a dança vem de muitas gerações e é muito normal para o paraense a dança, tivemos muitas influências caribenhas, e claro, nossos ritmos são quentes, e quando tudo isso se transforma em dança o contágio da felicidade é muito rápido”, observa Thiganá, acrescentando ainda que as crianças começam a ter o contato com a dança muito cedo.“A dança também não tem classe social, atingindo desde a periferia até o grande centro das cidades. E ainda, hoje temos uma parte da sociedade procurando pelo aspecto terapêutico da dança”, acrescenta ele.Os benefícios terapêuticos da dança são o combate ao estresse, equilíbrio da mente, liberação de tensões, melhora na autoestima, incentiva a harmonia e ajuda na socialização.“Nosso conceito é a dança como terapia, as pessoas nos procuram para aprender dançar e se exercitarem, e lá recebem a dança, também muitas abordagem são colocadas no contexto da vida de cada participante”, contou o professor, que se dedicou aos estudos no início da carreira para se tornar um bailarino.“Dediquei-me ao estudo da dança moderna, em conjunto já fazia teatro, meu pai e mestre Miguel Vilhena foi de muita sensibilidade em perceber meu talento e me apoiou, minha mãe Iolanda Vilhena me ensinou a dançar a dois”, contou ele, que já estudou em Cuba, no Centro Caridade Reveron em Havana, e também em Salamanca, na Espanha, além de ter se formado em tango pelo Ballet de Tango de Buenos Aires.O lado lúdico da vidaA psicóloga Maria Luzia Costa Freitas sempre gostou de esporte e de movimentar o corpo, mas foi depois da pandemia que incluiu a dança na sua rotina e já percebe os benefícios.“A dança representa para mim, o lado lúdico na minha vida, representa a possibilidade de expressão, de perceber meu corpo, os seus limites e as potencialidades. Além dos benefícios físicos de equilíbrio, flexibilidade, ritmo. A dança, segundo estudos, beneficia o ser humano na prevenção demências. Eu amo dançar!”, falou ela, que passou a frequentar a escola de dança de forma regular, a K7, escola de Thiganá, por influência da irmã, Maria Aparecida, que é aluna do professor há muitos anos.Quem dança seus males espantaA psicóloga também acredita nos benefícios terapêuticos da dança, pois auxilia nos quadros de depressão, ansiedade, demências e orientação espacial. “Além de outros benefícios como a socialização, a cognição, liberação de hormônios de bem estar, autoestima, autoconfiança e outras infinidade de liberação de energias”, acrescenta a psicóloga. “Todo mundo deveria se oportunizar a ter pelo menos uma experiência na dança na vida”, diz ela, que faz aula de tango e outras danças na categoria iniciante.Há 12 anos no Pará, o administrador francês Carl Pelletier considera que a dança por aqui foi uma grande descoberta por ser a dois. “É muito diferente da Europa, sou francês, não existe quase dança a dois, descobri que aqui tinha vários tipos de música: o brega, forró, o carimbó, que se dançava a duas pessoas, não tinha essa proximidade. Então, para mim, foi uma descoberta de uma cultura, que me interessou”, celebra ele, lembrando em seguida de ver os pais dançarem juntos o rock das antigas.

Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Marcelo Thiganá (@marcelothigana)“Minhas irmãs sempre fizeram balé e dançaram juntas o balé e a dança clássica, e a dança está meio que no sangue. Gosto de me movimentar, sou muito esportista, tenho muita energia e não gosto de ficar parado em casa. Então, tudo que movimenta me agrada e foi uma maneira de fazer uma aula, de descobrir uma cultura e umas danças que não tinha conhecimento”, conta ele.Para Carl, a dança também foi uma maneira de socializar e se soltar. “Sou engenheiro, com a cabeça quadrada, uso muito método e quis colocar arte na minha vida. Os benéficos que ela me traz é o processo criativo, perceber que a gente aprende uma dança, mas depois podemos colocar um pouco de si para esse processo criativo”, considera ele. Umas das danças que aprendeu com Thiganá foi o tecnobrega e se saiu tão bem que fez uma apresentação junto com a turma.“Ele trouxe toda a história do tecnobrega, que é muito interessante para entender essa cultura, de onde que vem, da periferia, e ele até me deu as aulas e como tava conseguindo bem, fizemos uma apresentação tecnobrega há dois meses, foi interessante e para mim foi uma superação. Foi a primeira vez que me apresentei a frente de um público, um desafio pessoal. Pretendo continuar, aprender mais dança, tem muita modalidade para aprender. É muito rica a dança e acho que tudo isso aqui é uma riqueza também”, finalizou Carl.Como professor, Marcelo Thiganá já ministrou oficinas na Inglaterra, Itália, França, Portugal, Espanha e em países da América Sul, além de já ter representado o Brasil em diversos festivais. “Fundei o projeto ‘A dança entra as escolas’, onde ensinava a dança na escola pública, percorri o Pará para revelar talentos que hoje são professores pelo mundo e muitos campeões, como Marcelo Grangeiro, diretor da ‘Dança dos Famosos’; Holon Ho, que ganhou a ‘Dança dos Famosos’, Kelly Reis, que nos EUA representou o Brasil e se consagrou como uma das melhores bailarinas do mundo”, ele destaca.Como escritor e pesquisador, Thiganá lançou livros como “Brega – o Tango do Pará” e “A dança do tecnobrega”. “Hoje, me dedico à dança como terapia, ajudando as pessoas a ficarem mais felizes”, destaca Thiganá, que tem um novo sonho: “Contar a história da dança de Belém na COP 30, que é importantíssima e claro já estamos nos preparando para este momento”.Serviço:Aulas de dança com Marcelo ThiganáLocal: K7 Dance and Sport  – Trav. Timbó, 2634 – MarcoInformações: WhatsApp (91) 98262-1877

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