MDB ensaia mergulhar na disputa pela presidência da Câmara

Desde o encerramento das eleições municipais de 2024, não se fala em outra coisa em meio às lideranças políticas de Goiânia, senão a briga pela presidência da Câmara Municipal e como essa definição tende a impactar o cenário no decorrer dos próximos dois anos.

Antes mesmo da população goianiense ir às urnas para escolher seus próximos representantes, a reportagem do jornal O Hoje mostrou que as articulações pela cadeira do Legislativo municipal seriam intensas. Mais do que isso: que o MDB, liderado em Goiás pelo vice-governador Daniel Vilela, poderia entrar na briga com gosto de sangue.

E é justamente isso que está prestes a ser definido. E vários são os motivos que justificam esse desejo. Primeiro, o MDB tem, com folga, o maior peso no contexto histórico da política goianiense. O partido, que já foi morada de Iris Rezende Machado e Maguito Vilela, venceu quatro dos cinco pleitos ao Paço Municipal da capital nos últimos 20 anos. O único que não ganhou neste período estava como vice do projeto vencedor.

O legado do MDB sempre deu ao partido um poder de barganha significativo. Esse é apenas um dos motivos que levou diversas lideranças a assistirem incrédulas a sigla ficar completamente fora da disputa eleitoral de 2024. Isso mesmo, o partido que alcançou, em 2020, a vitória nas urnas, não disputou nem para vice esse ano.

Isso, porém, não significa dizer que o MDB não esteve entre os protagonistas do processo eleitoral. O partido ajudou, e muito, o candidato da base governista a se tornar prefeito eleito de Goiânia. Se Mabel vai sentar, amanhã, na cadeira de prefeito, sabe que em partes deve, também — mas não só — ao MDB de Daniel.

E é nesse contexto que muitos se perguntam, qual será o lugar da sigla na conjuntura política que se inicia em 2025. Ainda que parte significativa das lideranças duvidem, talvez seu lugar em um futuro não muito distante seja na presidência da Câmara Municipal.

O partido, mesmo fora da disputa pela prefeitura de Goiânia, formou a maior bancada da Câmara Municipal. Esse, atrelado aos outros poderes de barganha que só o partido tem, pode garantir a formação de um grupo amplo pela sucessão de Romário Policarpo (PRD), atual presidente da Casa.

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Como já mostrado pela reportagem do O HOJE, Policarpo tem direito à reeleição. Como se não bastasse, a renovação do Parlamento não passou dos 40%, o que significa dizer que os mesmos grupos seguirão fortes a ponto de influir, como influíram nos últimos quatro anos.

Essa entrada em cena — ou não — deve ser discutida em reunião dos líderes e políticos eleitos pelo partido em reunião prevista para o dia 22 deste mês. Quem deve encabeçar o encontro é o presidente do diretório metropolitano do MDB, Agenor Mariano. A opinião entre as lideranças estão divididas. Enquanto alguns preferem não entrar no jogo e apoiar o projeto de Policarpo, outros defendem que o partido já ‘perdeu demais’ e entrar em 2025 com, pelo menos, a presidência da Câmara garantida.

Esse segundo grupo lembra, ainda, que a condução de alguém da sigla à cadeira de Policarpo poderia garantir, inclusive, uma relação harmônica entre os Poderes por meio de um prefeito, que é do União Brasil, e o futuro presidente do Legislativo, que supostamente seria do MDB, ou seja, uma dobradinha aos moldes de Caiado e Daniel no governo goiano.

Por mais incerta que ainda seja a participação do MDB na disputa pela presidência, uma coisa já é consenso entre todos os nomes da sigla: se o partido bancar uma candidatura, os favoritos são Lucas Vergílio, que é ex-deputado federal, e Igor Franco, que vai para seu segundo mandato na Casa.

Apesar disso, as movimentações não parecem incomodar o grupo do atual presidente, Romário Policarpo, que continua trabalhando, nos bastidores, por uma recondução tranquila. (Especial para O Hoje)

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