Linfoma no Brasil: O que é, sintomas, tipos e diagnóstico

Anualmente, milhares de novos casos de linfoma são registrados no Brasil. Mas o que é linfoma? Trata-se de um câncer que afeta o sistema linfático, parte fundamental do sistema imunológico, responsável por combater infecções. A doença começa nos linfócitos, células de defesa presentes nos gânglios linfáticos, no baço e em outros órgãos. No Brasil, o linfoma é o oitavo câncer mais comum, acometendo cerca de 6 pessoas para cada 100 mil habitantes por ano.

O linfoma se divide em dois tipos principais: linfoma de Hodgkin e linfoma não Hodgkin. O primeiro é considerado uma doença única, enquanto o segundo reúne um grupo variado de doenças. Cada tipo de linfoma possui características próprias, incluindo sintomas e tratamentos.

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Sintomas e Diagnóstico

Os sintomas de linfoma variam, mas os mais comuns incluem inchaço nos gânglios linfáticos, especialmente no pescoço, axilas e virilhas, febre persistente, suor noturno, cansaço extremo e perda de peso sem explicação. No entanto, muitos pacientes não apresentam todos esses sinais, o que pode dificultar o diagnóstico inicial. O atraso no diagnóstico é um problema comum, pois os sintomas podem ser confundidos com os de outras doenças.

Para diagnosticar o linfoma, exames de imagem, como tomografias e PET scans, são necessários, além de uma biópsia dos gânglios afetados. Exames de sangue, embora possam indicar algumas anomalias, não são suficientes para o diagnóstico definitivo.

Estatísticas de Incidência

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Brasil são estimados anualmente cerca de 12 mil novos casos de linfoma não Hodgkin e 3 mil de linfoma de Hodgkin. A maioria dos casos ocorre em homens, mas mulheres também são afetadas. No geral, esses tipos de câncer são mais frequentes em duas faixas etárias: jovens entre 15 e 30 anos e pessoas com mais de 60 anos.

Mitos e Verdades sobre o Linfoma

  1. O linfoma começa no sistema linfático e afeta células imunológicas
    Verdade. O linfoma afeta os linfócitos e pode se desenvolver em diferentes órgãos do sistema imunológico, como gânglios, sangue e baço. A doença representa um risco de cerca de 5,5 casos por 100 mil habitantes.
  2. Existe apenas um tipo de linfoma
    Falso. Existem mais de 40 subtipos de linfoma, divididos entre linfoma de Hodgkin e linfoma não Hodgkin. Cada um desses subtipos exige abordagens diferentes de diagnóstico e tratamento.
  3. Linfonodos inchados são o único sintoma de linfoma
    Falso. Além de linfonodos inchados, os sintomas podem incluir cansaço, febre, sudorese noturna e perda de peso. A variedade de sintomas pode dificultar o diagnóstico precoce.
  4. Linfomas não Hodgkin são mais comuns que o linfoma de Hodgkin
    Verdade. O linfoma não Hodgkin é mais comum, com diversos subtipos, como o linfoma difuso de grandes células B e o linfoma folicular. Esses subtipos representam os maiores números de casos registrados globalmente.
  5. O linfoma afeta apenas adultos mais velhos
    Falso. O linfoma de Hodgkin é comum entre jovens, enquanto os linfomas não Hodgkin afetam mais pessoas acima dos 60 anos. Contudo, a doença pode acometer pessoas de todas as idades.
  6. Exame de sangue simples pode diagnosticar linfoma
    Falso. Embora alguns exames de sangue possam indicar anomalias, eles não são suficientes para diagnosticar a doença. Exames de imagem e biópsias são indispensáveis para confirmação do diagnóstico.
  7. Somente pessoas com sistema imunológico comprometido têm risco de desenvolver linfoma
    Falso. O linfoma pode afetar qualquer pessoa, ainda que alguns fatores de risco, como imunossupressão e certas infecções, possam aumentar as chances.
  8. O linfoma é curável, especialmente o linfoma de Hodgkin, se detectado cedo
    Verdade. A taxa de cura para o linfoma de Hodgkin, quando detectado precocemente, supera os 90%. Para linfomas não Hodgkin, a taxa de cura varia, mas o diagnóstico precoce também aumenta as chances de tratamento bem-sucedido.

Tratamentos Disponíveis

Os tratamentos de linfoma incluem quimioterapia, imunoterapia e, em alguns casos, terapia celular. O tipo e estágio da doença influenciam a escolha do tratamento. Em subtipos de linfoma não Hodgkin que não requerem intervenção imediata, o acompanhamento médico é a primeira opção. Para os demais, a quimioterapia continua sendo a abordagem mais comum.

A imunoterapia, que estimula o sistema imunológico a combater as células cancerosas, tem sido eficaz, especialmente para linfoma de Hodgkin. A terapia celular, como o transplante de células-tronco, é outra opção em casos resistentes. Em países desenvolvidos, essa terapia tem sido usada com sucesso em pacientes que não responderam a outros tratamentos.

Importância do Conhecimento sobre o Linfoma

De acordo com a Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), cerca de 70% da população desconhece o que é linfoma. A falta de informação impacta o diagnóstico precoce e limita as opções de tratamento. Sensibilizar a população sobre a importância de prestar atenção aos sinais e procurar ajuda médica é essencial para diminuir os índices de mortalidade associados a essa doença.

Casos Hereditários e Fatores de Risco

No Brasil, a maioria dos casos de linfoma ocorre sem vínculo genético. Embora a hereditariedade seja um fator de risco, seu impacto é pequeno, sendo raros os casos hereditários. Outros fatores, como infecções virais, podem aumentar o risco, mas não determinam a doença.

O Linfoma no Mundo

No mundo, o linfoma não Hodgkin apresenta taxas de mortalidade mais altas do que o linfoma de Hodgkin. Em 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) registrou uma quantidade maior de mortes causadas por linfomas não Hodgkin. Países desenvolvidos têm registrado taxas de sobrevida melhores, graças a novos tratamentos. A pesquisa médica avança constantemente, e espera-se que a ciência traga melhorias nos índices de cura e remissão dos casos.

Conclusão

O linfoma é um câncer que pode ser tratado e até curado, especialmente quando diagnosticado no início. O reconhecimento dos sintomas e a busca por orientação médica são essenciais para a detecção precoce e tratamento eficaz. Conhecer o linfoma e combater a desinformação são passos importantes para reduzir o impacto desse câncer no Brasil e em todo o mundo.

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