Proclamação da República: qual o significado da data e por que é feriado?

Em 15 de novembro de 1889, o Brasil viveu um dos eventos mais significativos de sua história: a Proclamação da República. A monarquia, comandada por Dom Pedro II, foi derrubada, e o país passou a adotar um sistema republicano, com o marechal Deodoro da Fonseca assumindo como o primeiro presidente brasileiro. Esse episódio marcou o início de uma nova era política, encerrando quase sete décadas de reinado e influenciando fortemente o cenário político e social do país.

No centro do Rio de Janeiro, o movimento liderado por Deodoro da Fonseca contou com o apoio de tropas e de civis descontentes com o governo imperial. Na manhã de 15 de novembro, Deodoro depôs o gabinete de Dom Pedro II, e, no dia seguinte, o imperador partiu em exílio para a Europa com sua família, encerrando de vez a era monárquica no Brasil.

“Proclamação da República”, 1893, óleo sobre tela de Benedito Calixto (1853-1927)

 

Por que a Proclamação da República é feriado?

A data é celebrada como feriado nacional desde 1949, após a sanção da Lei Federal nº 662 pelo então presidente Eurico Gaspar Dutra. A decisão de tornar o 15 de novembro um feriado teve como objetivo lembrar o momento que transformou o Brasil em uma república, comemorando a transição histórica que trouxe mudanças significativas para o país e consolidou a soberania do povo brasileiro.

A Proclamação da República não foi um evento isolado; ela resultou de uma série de crises e de um processo gradual de desgaste da monarquia. Segundo o historiador José Paulo Costa, que concedeu entrevista ao g1, o movimento republicano começou a ganhar força logo após o fim da Guerra do Paraguai, em 1870. Foi nesse período que surgiram o Manifesto Republicano e o Partido Republicano Paulista (PRP), que atuaram como alicerces para o movimento.

Entre os fatores que motivaram o movimento, estavam o descontentamento dos militares com o governo de Dom Pedro II e a pressão de novos grupos sociais. Os militares exigiam melhores condições de carreira e queriam ter o direito de expressar suas opiniões políticas, um direito proibido sob o regime monárquico. Além disso, outros setores, como fazendeiros e intelectuais influenciados por ideais republicanos europeus, também se opunham ao governo imperial.

Crise da monarquia e apoio popular

Outro ponto de ruptura foi a questão abolicionista, que mobilizou a sociedade brasileira na década de 1880 e criou tensão com o governo monárquico. A professora Cláudia Viscardi, da Universidade Federal de Juiz de Fora, também em entrevista ao g1, explicou que, para muitos, a monarquia não atendia às demandas emergentes da sociedade, especialmente em relação à participação política. A elite política e a intelectualidade, que viam na república uma oportunidade de protagonismo, pressionaram por uma transformação, e a república acabou sendo vista como a solução para essas demandas.

Após a proclamação, a república trouxe mudanças que incluíram a adoção de uma constituição em 1891, o estabelecimento do presidencialismo e o distanciamento entre Igreja e Estado, tornando o Brasil um país laico. Embora a república tenha enfrentado desafios e até ameaças ao longo do tempo, ela marcou o início de um governo que permitia uma maior participação política da população.

A Proclamação da República é um marco da transição política do país e continua a ser celebrada como uma lembrança do movimento que moldou o Brasil moderno.

 

 

 

 

*texto com informações g1 e Brasil Escola

Leia também:

Mutirama e Zoológico seguem abertos no feriado da Proclamação da República

Ano de 2025 terá mais feriados prolongados no Brasil

 

Adicionar aos favoritos o Link permanente.