Foragido do atentado de 8 de janeiro é detido na Argentina

Foragido na Argentina, Joelton Gusmão de Oliveira foi detido nesta quinta-feira (14) na região de La Plata. Há um pedido de extradição contra ele, emitido pelo STF (Supremo Tribunal Federal), pela participação do brasileiro nos ataques de 8 de janeiro de 2023.Segundo as informações policiais acessadas pela reportagem, ele foi detido após ordem de captura e detenção da Justiça. Sua filha Agnes afirma que a detenção ocorreu no momento em que ele buscava renovar a sua precária, documento migratório temporário no país.No relatório policial, o local de detenção coincide com um posto da Direção Geral de Migrações. O texto fala em uma atitude suspeita de Oliveira. O termo, porém, é apenas técnico. A razão, confirmam pessoas com conhecimento no caso, é o pedido de extradição. As informações foram enviadas para a Justiça federal.Conteúdo relacionadoExplosões perto do STF: o que se sabe até o momentoHomem que se explodiu falou de teoria falsa sobre o Marajó em mensagensOliveira foi um dos 63 brasileiros que tiveram o seu pedido de extradição recentemente enviado pelo Brasil à Argentina. Ele e a esposa, Alessandra, foram condenados a 17 anos de prisão devido à participação nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.De acordo com informações obtidas pela reportagem por meio da lei de acesso à informação local, até meados de outubro 185 brasileiros haviam pediram refúgio na Argentina. Para efeitos de comparação, em 2023 foram apenas três. A maioria (109) é de homens, e a maior fatia de pedidos ocorreu no mês de maio (47).Até a noite desta quinta-feira nem a Embaixada do Brasil na Argentina nem o Consulado-Geral do Brasil em Buenos Aires tinham informações da detenção.Familiares e conhecidos de Oliveira afirmam que sua captura, ainda sem motivos claros, seria uma violação das normativas de refúgio. Para os foragidos, a Argentina seria um espaço seguro porque, em teoria, não poderiam ser extraditados até que o órgão competente decidisse sobre seus pedidos de refúgio, o que pode levar anos.Há um mês, porém, uma mudança nas normativas argentinas chamou a atenção. Em decreto publicado pelo governo de Javier Milei, estabelecia-se que o refúgio não será estendido a quem for denunciado ou condenado em seu país de origem “por um crime grave”.Quer ver mais notícias? Acesse nosso canal no WhatsAppO governo argentino detalhou que seriam “atividades terroristas, violações graves dos direitos humanos ou qualquer ação que comprometa a paz e a segurança internacionais”. Questionados na época, os foragidos diziam não temer, acreditando que as acusações contra eles são de caráter político, e não crimes comuns.
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