Descubra Landman: o potencial subexplorado do novo drama de Sheridan

Revisão de Landman: Como Yellowstone, Mas Com Mais Petróleo e Menos Promessa

A série Landman, criação de Taylor Sheridan e estrelada por Billy Bob Thornton, chegou ao público prometendo uma nova narrativa sobre a vida dentro da indústria do petróleo, mas o que entrega é uma trama repleta de distrações e personagens mal desenvolvidos. Com sua estreia no Paramount+ em 17 de novembro, a expectativa era alta para uma série que tem plenas condições de se destacar em meio a uma oferta crescente de dramas na televisão. No entanto, a produção revela-se intensamente focada em seu protagonista masculino, enquanto as histórias e personagens ao redor dele ficam em segundo plano.

Desempenho e Características dos Personagens

O Carisma de Billy Bob Thornton

Um dos pontos positivos destacados na crítica é, sem dúvida, o desempenho de Billy Bob Thornton como Tommy Norris. Seu papel de solucionador de crises para o barão do petróleo Monty Miller (interpretado por Jon Hamm) é apresentado com um carisma que se mostra envolvente e atrativo, o que, por um lado, eleva a série. Thornton traz uma intensidade que faz o público querer saber mais sobre seu personagem, mesmo que ele não seja exatamente o herói convencional que se poderia esperar.

A Subutilização de Jon Hamm e Demi Moore

Por outro lado, Jon Hamm e Demi Moore ficam limitados em seus papéis, o que se torna uma frustração para quem espera ver esses talentosos atores em seus elementos. Jon Hamm, conhecido por sua versatilidade, é relegado a tarefas repetitivas, enquanto Demi Moore, que recentemente ganhou destaque por suas atuações, é quase um figurante no enredo. Isso levanta a questão: onde está o potencial máximo dessa série quando o elenco é tão desigualmente utilizado?

Representação das Personagens Femininas

Outro aspecto problemático é a representação das personagens femininas, que muitas vezes aparecem escritas de forma estereotipada e sem profundidade. O tratamento que Sheridan dá a essas mulheres é, para dizer o mínimo, preocupante. Personagens como Angela (Ali Larter) e Rebecca (Kayla Wallace) são retratadas de maneira hipersexualizada e reducionista, o que não apenas impede o desenvolvimento de suas histórias, mas também perpetua uma visão regressiva sobre o papel da mulher na narrativa.

Narrativa e Estrutura da Série

Um Enredo Desfocado

Embora Landman disponha de uma narrativa instigante centrada no mundo do petróleo, a execução acaba se perdendo em subtramas que parecem mais tentativas de alívio cômico do que contribuições significativas para a história principal. O uso excessivo de clichês e diálogos desnecessários polui o desenrolar da trama, resultando em um enfraquecimento do enredo.

A Protagonista e Seu Desenvolvimento

Tommy Norris é, sem dúvida, uma criação intrigante; no entanto, sua caracterização evolui muito pouco ao longo dos episódios iniciais. Ele é apresentado como um solucionador que nunca está errado, o que arrisca tornar a narrativa monótona e previsível. As interações de Tommy com outros personagens muitas vezes carecem de conflito real, o que diminui o impacto emocional da série.


Subtramas Fracas e Personagens Secundários

Personagens como Ainsley (Michelle Randolph) e Cooper (Jacob Lofland) parecem inseridos por necessidade de encher espaço, já que suas histórias não se conectam de forma coesa com a trama central. A relação entre Cooper e Ariana (Paulina Chavez), por exemplo, se desdobra sem muito sentido lógico, servindo apenas como um complemento fraco para a narrativa de Tommy.

A Direção de Sheridan: Um Olhar Crítico

Um Estilo de Rascunho

Taylor Sheridan é descrito como um “escritor do primeiro rascunho”, e isso pode ser compreendido como uma qualidade em suas produções anteriores, mas em Landman essa abordagem não parece funcionar tão bem. A série é impregnada de diálogos que imitam verdade, mas falham em capturar a complexidade de suas situações. A falta de polimento nos roteiros impede que Landman se eleve a alturas que parecem prontamente disponíveis.

A Conexão com Outras Obras

A comparação com Yellowstone é inevitável. Embora Yellowstone tenha conseguido superar seu próprio começo lento, Landman se vê preso em sua tentativa de apresentar um drama do tipo “cowboy moderno”, sem a mesma capacidade de desenvolvimento e enredo coeso. A sensação é de que o material de origem tinha potencial, mas que esse potencial não foi devidamente realizado.

Problemas com Humor e Diálogos

Tentativas de Alívio Cômico

A inserção de humor na série se torna um problema, já que as tentativas de alívio cômico muitas vezes são mal executadas. As situações que supostamente deveriam fazer o público rir frequentemente recaem em clichês, fazendo com que o espectador se pergunte se esse tipo de humor realmente se encaixa no tom sombrio que a série é pretensamente buscar transmitir.

Diálogos Repetitivos e Expositivos

Os diálogos frequentemente carecem de originalidade e profundidade. Ao invés de criar um espaço onde a narrativa se desenrola naturalmente, há uma tendência a utilizar diálogos expositivos que deixam pouco para a imaginação do público. Isso se torna um fator que contribui para a sensação de que o tempo de execução da série é, na verdade, mais longo do que deveria ser.

Conclusão: Um Potencial Não Realizado

Em resumo, Landman é um exemplo de como uma série pode ter uma premissa intrigante e um elenco talentoso, mas falhar em suas execuções. Com performances notáveis de Thornton, mas uma narrativa que se mostra desfocada e um tratamento fraco das personagens femininas, a série acaba soando como um projeto que ainda não encontrou seu ritmo. Com o tempo, Sheridan pode obter sucesso em suas empreitadas na televisão, mas esse esforço específico não parece corresponder ao potencial que se esperava.

Se você é fã de dramas bem elaborados, pode ser mais gratificante buscar outras produções que equilibram melhor seu elenco e suas narrativas. Imaginamos que Landman tenha encontrado um público que valoriza as atuações de Thornton, mas, dadas as falhas estruturais e narrativas, pode não ter um lugar duradouro na memória coletiva das obras de Taylor Sheridan.

Landman está disponível no Paramount+ e vale a pena conferir para aqueles que desejam uma amostra das complexidades da indústria do petróleo, mesmo que a série não atinja as alturas desejadas.

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