Fim de ano gera aumento na alimentação fora do lar

Os brasileiros gastaram mais de R$54,5 bilhões em alimentação fora do lar no terceiro trimestre de 2024. É o que diz uma pesquisa desenvolvida pelo Instituto Foodservice Brasil (IFB), que revela crescimento de 5% no ticket médio dos gastos no setor. Em Belém, vendedores de refeições e consumidores apontam uma melhora no movimento a partir do fim de setembro devido ao Círio de Nazaré. A expectativa é que a procura pela alimentação nas feiras e restaurantes siga em alta com a proximidade das festas de fim de ano.O relatório do IFB aponta que o setor de alimentação se manteve estável em comparação ao mesmo período do ano anterior, mas com queda de 4% no tráfego, um total de 3 bilhões de visitas on-line por esse tipo de serviço. O ticket médio, por sua vez, que teve crescimento de 5% em relação a 2023, chega a R$18,12. A pesquisa ainda revela que o serviço de refeições apresenta uma tendência de crescimento gradual.Leia mais:Confira 6 alimentos para controlar o açúcar no sangueConheça 6 alimentos que parecem saudáveis, mas não sãoO levantamento ainda indica que os canais para realizar pedidos para entrega mostraram crescimento, enquanto a venda nos próprios estabelecimentos apresenta queda. Os “fast foods” são considerados alguns dos principais pilares do tráfego on-line neste setor, em que se destacam padarias e lanchonetes, concentrando 27% das transações.Trabalhador no Ver-o-Peso, em Belém, há 50 anos, Nazareno Cardoso, 66, avalia que a venda de refeições é bastante concorrida entre os feirantes. Apenas no Mercado de Carne Francisco Bolonha são 32 vendedores desse ramo. Para atender aos clientes, a maioria trabalhadores do comércio, ele precisou adotar a modalidade de entrega, que bate, semanalmente, em torno de 160 refeições. Em contrapartida, a venda de refeições no local alcança uma média de 50 refeições diárias.Quer ler mais notícias do Pará? Acesse o nosso canal no WhatsApp!Para o comerciante, o estabelecimento deve estar focado na qualidade, atendimento e organização para se diferenciar entre os demais vendedores. Além disso, a venda de bebidas como água, suco, refrigerante e cerveja é o principal artifício para complementar a renda das comidas. As vendas aumentam aos finais de semana, quando consumidores recorrem às compras no comércio, principalmente durante o último trimestre do ano.“A despesa é grande porque os alimentos estão bem caros, mas o movimento está relativamente bom, principalmente por causa do Círio e agora por causa das festas de fim de ano. Aqui você tem que saber prezar pela qualidade, atendimento, organização e o desconto pro freguês. Muita gente faz entrega das refeições e a gente também corre atrás dos vendedores que não podem sair das lojas. Uma coisa complementa a outra”, afirma o proprietário de box no Mercado de Carne.COMÉRCIOSegundo o boieiro João Corrêa, 74, trabalhador do Ver-o-Peso, a procura por refeições depende do movimento do comércio de Belém. Por isso, as datas comemorativas ajudam bastante no rendimento dos vendedores deste setor. De outubro a dezembro, o Círio de Nazaré, Natal e Ano Novo são os principais impulsionadores da renda dos vendedores. Nesse período são vendidos mais de 50 pratos por dia.“O nosso movimento melhora mesmo agora no final do ano com o Círio e o Natal. Agora, eu só vendo aqui, não faço entregas, então não tenho esse complemento na renda. Vendo os meus pratos a R$20 e o peixe com açaí R$25, são cerca de 50 pratos por dia”, disse.HábitoO gasto mensal é alto com refeições fora de casa entre os consumidores, sendo a praticidade a principal justificativa. Morador de Barcarena, Rodrigo Serrão, de 33 anos, tem o costume de se alimentar “na rua” quando vem a Belém. Já no município de origem, “comer fora” é um hábito dos finais de semana, quando sai com a família de cinco pessoas para lanchar. Mensalmente, os gastos ficam em torno de R$400, um valor um pouco salgado para o bolso, segundo ele.“No final de semana, eu costumo sair com a minha família e a gente sempre lancha. No final do mês sai em torno de uns R$400. Durante a semana, eu já costumo almoçar mais em casa, é bem difícil eu comer na rua. Mas de Barcarena para Belém é comum eu comer lanche no Ver-o-Peso, junta a vontade de comer com a facilidade de ter aqui”, afirma o soldador.Em contrapartida, o hábito de comer fora de casa não é mantido por Maria das Graças, de 75 anos. A costureira aposentada diz que só se alimenta assim quando está com vontade de comer peixe frito com açaí, situação que acontece após longo período em outra cidade. Fora isso, as refeições são feitas em casa mesmo. “Eu faço tratamento de saúde em Ribeirão Preto e quando volto para Belém, venho comer no Ver-o-Peso. Mas geralmente eu como mais em casa porque faço comida e não gosto muito de lanche”.
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