Servidores da educação em greve da rede municipal do Rio ocupam Câmara de Vereadores

Profissionais da educação do Rio estão em greve contra PL que retira direitos. Pressão da categoria e ocupação barrou votação na Câmara dos Vereadores nesta terça.

Redação RJ


TRABALHADORES – Desde o final de outubro a Prefeitura do Rio de Janeiro vem tentando impor um projeto de lei complementar para revogar vários direitos conquistados ao longo dos anos pelos profissionais de educação. O PLC 186 prevê o aumento da carga horária em sala de aula e a diminuição do tempo de planejamento, facilita demissão de servidores em estágio probatório, permite o fracionamento de férias e acaba com a chamada licença especial.

A situação imposta pelo prefeito Eduardo Paes levou a deflagração da greve da rede municipal a partir desta segunda (25).

O profissionais da educação ocuparam a Câmara de Vereadores nesta terça (26) para pressionar os parlamentares a votarem contra a proposta. Com palavras de ordem, eles ocuparam as galerias do Palácio Pedro Ernesto. No fim, por causa da pressão da categoria, os vereadores desistiram de votar a matéria, que ainda continua sem previsão de votar. Para evitar que o PL volte a votação os servidores continuam ocupando plenário durante a noite de hoje (26).

Em meio a luta nacional contra a escala 6×1, onde a classe trabalhadora reivindica uma jornada de trabalho justa, o prefeito Eduardo Paes quer impor uma política de jornadas extenuantes aos professores da rede municipal. Hoje, os profissionais pode dedicar até um terço da sua carga horária ao planejamento de aulas. Caso o projeto seja aprovado, esse tempo será diminuído, o que forçará os trabalhadores a usarem o tempo de folga ou de deslocamento para realizar o planejamento das aulas.

Para piorar a política do prefeito de direita impõe um retrocesso em vários direitos adquiridos, como as férias e a licença especial. O ataque aos servidores em estágio probatório é outra medida para atacar os servidores e fortalecer o poder de subprefeitos e políticos locais, que ficarão empoderados para forçar a demissão de novos servidores.

A posição do prefeito Eduardo Paes, que na eleição disse que defendia os servidores públicos, é de impedir qualquer diálogo e apenas reprimir a categoria.

Grandes manifestações durante novembro

Essa situação levou a categoria a um grande movimento de greve, iniciado com uma assembleia com milhares de trabalhadores no dia 04 de novembro. A mobilização se intensificou no dia 12, quando o sindicato da categoria, o SEPE-RJ, convocou atos para os dias de realização do G20.

No dia 19, outro ato ocorre na Zona Sul do Rio, onde a PM impede os trabalhadores de usarem carros de som e começam vários tensionamentos entre policiais e manifestantes.

A situação se agrava totalmente no último dia 25. Após uma importante assembleia, com mais de 2 mil pessoas, os profissionais de educação se dirigiram à prefeitura do Rio, no Centro, quando se depararam com uma forte repressão policial com bombas e gás lacrimogênio. O ato terminou com um professor detido, que depois foi liberado.

A rede municipal do Rio de Janeiro é a maior rede pública da educação da América Latina, com 660 mil estudantes e dezenas de milhares de profissionais da educação que lutam todos os dias, com o seu trabalho, para garantir o acesso à educação pública de qualidade. O ataque da prefeitura de Eduardo Paes é uma prova do descaso dos políticos de direita e do centrão com os direitos do povo.

Matéria em atualização.

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