Produção de cana-de-açúcar deve cair 4,8% em relação à safra anterior

Na ultima semana a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou um relatório que aponta que e produção de cana-de-açúcar na safra 2024/2025 terá uma produção estimada de 678,67 milhões de toneladas, esse número representa uma redução de 4,8% no comparativo a safra anterior. 

Apesar de a colheita apresentar redução, a Conab apontou que a área de colheita registrou um aumento de 4,3% chegando a 8,7 milhões de hectares, fato que resulta em uma maior extensão de área plantada. A expectativa é que a produtividade média caia 8,8% em comparação com a safra anterior, alcançando 78.048 Kg/ha.

Dentre os fatores que mais influenciaram essa redução estão as condições climáticas desfavoráveis, como a escassez de chuvas e temperaturas elevadas, principalmente nas regiões Centro-Sul, que respondem por 91% da produção do país. Ademais, as queimadas nos campos de cana-de-açúcar, que impactaram várias áreas durante o ciclo produtivo, também comprometeram o desempenho das plantações.

A produção de cana no Brasil é majoritariamente proveniente da região Sudeste, que prevê uma queda de 7,4% na safra de 2024/25, estimada em 434,48 milhões de toneladas. São Paulo, o maior produtor do país, será o maior contribuinte para essa diminuição, com uma diminuição de 35,24 milhões de toneladas. No entanto, o Sudeste deve ver um aumento de 5,7% na área destinada à colheita, alcançando 5,39 milhões de hectares. Por outro lado, a produtividade deve diminuir 12,3%, com uma previsão de 80.650 kg/ha.

No Centro-Oeste, espera-se uma colheita de 148,62 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, um crescimento de 2,5% em comparação com a safra anterior. Nesta região, a área destinada à colheita aumentará 3,9%, alcançando 1,85 milhão de hectares. Contudo, a produtividade média da região deverá apresentar uma ligeira diminuição de 1,3%, com uma estimativa de 80.451 kg/ha.

Espera-se um crescimento de 2,2% na produção de cana no Nordeste, totalizando uma estimativa de 57,72 milhões de toneladas. Continua a colheita e deve alcançar 55% até o final de novembro. No Sul, a produção cairá 12,8%, alcançando 33,76 milhões de toneladas, devido à redução da produtividade e do espaço destinado à agricultura. A  região Norte, responsável por 0,6% da produção do país, deve registrar um aumento de 3,8%, com uma previsão de 4,09 milhões de toneladas, considerando que a colheita já está em 93% concluída.

A produção de açúcar, calculada em 44 milhões de toneladas, é 3,7% menor em comparação com a safra 2023/24, por causa da menor disponibilidade de cana-de-açúcar para a moagem. Nas regiões Centro-Sul e Norte, as operações das usinas sucroenergéticas estão quase finalizadas, corroborando a previsão de diminuição na produção do adoçante. Apesar de ainda existir moagem no Nordeste e em algumas áreas das outras regiões, a escassez de matéria-prima afeta diretamente a produção total desta colheita.

No que diz respeito ao etanol, a produção total, que engloba tanto o proveniente da cana-de-açúcar quanto do milho, deve alcançar 36,08 bilhões de litros, o que representa um aumento de 1,3% em relação à safra anterior. Desse total, 28,86 bilhões de litros serão de etanol produzido a partir da cana, com uma diminuição de 2,8% devido às adversidades climáticas. O etanol derivado do milho deverá crescer 22,1%, alcançando uma previsão de 7,22 bilhões de litros. Do total, 2,87 bilhões de litros serão provenientes do etanol anidro, enquanto o hidratado deve representar 4,35 bilhões de litros.

Na safra 2024/25, o mercado internacional de açúcar do Brasil continua aquecido, com a exportação de mais de 23,1 milhões de toneladas, um crescimento de 23% em comparação ao mesmo período da safra anterior (abril/outubro de 2023). Este é o volume mais embarcado da série histórica, mesmo com a queda na produção no país. Apesar do montante exportado ter atingido US$10,9 bilhões, observou-se uma diminuição de 10% no preço médio, influenciada pelo crescimento na disponibilidade de açúcar de nações como Tailândia, China e Índia.

No entanto, houve uma queda de 25,3% nas exportações de etanol, totalizando 1,08 bilhão de litros na safra 2024/25. A Coreia do Sul mantém-se como o principal destino das exportações, respondendo por 43% do total exportado, seguida pelos Estados Unidos e Holanda, que juntos representam 68% do total. Os prognósticos para os próximos meses apontam para uma queda nos preços do açúcar no mercado global, enquanto no mercado interno, os preços tendem a se manter firmes, apoiados pela forte demanda externa e pela diminuição da produção interna.

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